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"Oito Mulheres e Um Segredo" não é nenhum divisor de águas, mas é um divertido filme com muita força feminina e atrizes com talento de sobra.

“Oito Mulheres e Um Segredo” não é nenhum divisor de águas, mas é um divertido filme com muita força feminina e atrizes com talento de sobra.


EEm 2001 era lançado nos cinemas o remake do filme Onze Homens e Um Segredo, original de 1960, dirigido por Steven Soderbergh e estrelado por George Clooney, Brad Pitt, Julia Roberts Matt Damon. Na época, a película foi um grande sucesso garantindo duas sequências (Doze Homens e Outro Segredo, de 2004, e Treze Homens e um Novo Segredo, de 2007), além de se tornar uma referência para os “filmes de crime” que vieram depois. Agora, 17 anos depois do lançamento de Onze Homens, chegou aos cinemas o spin-off Oito Mulheres e Um Segredo, dirigido por Gary Ross. O filme explora da fórmula original utilizada por Lewis Milestone em 1960, e do remake dirigido por Soderbergh. Contudo, Oito Mulheres e Um Segredo apresenta um diferencial dos demais filmes: para a realização do crime é essencial ser mulher.

 

Oito Mulheres e Um Segredo

A trama começa com Debbie Ocean (Sandra Bullock), irmã do famoso Danny Ocean (George Clooney), saindo da prisão após ficar cinco anos presa. Apesar de prometer para seus agentes da condicional, que dessa vez ela iria ficar longe do crime e de que não se meteria em mais problemas, Debbie passou cinco anos bolando o crime perfeito (e uma pequena vingança contra seu ex-parceiro) e agora mal vê a hora de colocar o seu plano em ação.

Para realizar o roubo perfeito, Debbie procura sua antiga parceira e amiga, Lou (Cate Blanchett), e juntas as duas passam a procurar outras mulheres para ajudar na realização do plano. A primeira mulher a ser recrutada é Rose Weil (Helena Bonham Carter), uma estilista famosa no passado e que agora está se afundando em dívidas; depois elas encontram Amita (Mindy Kaling), uma especialista em diamantes; Nine Ball (Rihanna), uma hacker que não gosta de falar sobe sua vida ou assuntos pessoais; Constance (Awkwafina), uma ladra de mão leve; Tammy (Sarah Paulson), que é uma excelente estrategista; e Daphne Kluger (Anne Hathaway), uma famosa atriz que estará presente no Met Gala, o baile anual oferecido pela Editora-chefe da Vogue, Anna Wintour, no Metropolitan Museum of Art, em Nova York.

O crime consiste em roubar um colar de diamantes, no valor de US$ 150 milhões, que a atriz Daphne Kluger estará usando no evento. É nesse momento que ser mulher é essencial para realizar o plano, como explica Debbie Ocean: “Se for Ele é notado, se for Ela é ignorada. E, pela primeira vez, queremos ser ignoradas”.  Todas as mulheres trabalham em conjunto, e se ajudam para realizar o objetivo em comum: roubar o colar e passarem despercebidas. É interessante observar que as únicas mulheres notadas durante o roubo, são as que apresentam alguma ligação com algum homem: a atriz Daphne, que foi ao baile acompanhada de Claude Becker (Richard Armitage), além de estar cercada por vários seguranças; e Debbie, que é conhecida por ser uma ex-presidiária e irmã de Danny Ocean, e que faz questão de ficar à luz das câmeras para construir seu álibi.

Da esquerda para a direita, as personagens Debbie, Lou, Tammy, Nine Ball, Rose, Amita e Constance estudam o layout e os planos para o grande roubo

 

Desenrolando o Roubo

Apesar de se tratar de um roubo clássico, Oito Mulheres e Um Segredo não apresenta cenas de perseguição, tiros ou até mesmo explosão. Trata-se de um filme com poucas surpresas, sem momentos de clímax. Tudo parece se resolver com grande facilidade como, por exemplo, a cena em que a irmã mais nova de Nine Ball aparece para ajudá-las a resolver o problema que ameaçava colocar o plano por água a baixo. Além disso, os furos que aparecem ao longo do crime são resolvidos facilmente por algum personagem que está disposto a ajudar. Contudo, essas falhas do roteiro podem ser justificadas pelo fato de Debbie ter passado anos pensando no plano, sempre aperfeiçoando cada detalhe para não ser pega. Ela pensou em tudo, praticamente.

O filme contém grandes nomes em seu elenco como Sandra Bullock, Cate Blanchett, Helena Bonham Carter e Anne Hathaway, e na trama algumas atrizes acabaram se destacando. Helena brilhou ao dar vida à personagem Rose, uma estilista um tanto quanto excêntrica e que tem uma pitada de loucura. Rihanna mostrou que sua presença vai além dos palcos, entregando uma personagem que foge de alguns clichês quando imaginamos o perfil de um hacker. E Mindy Kaling roubou a cena do filme trazendo consigo uma leveza cômica. Durante boa parte da trama, Bullock manteve uma postura mais séria e em alguns momentos fez comentários sarcásticos, provando que a inteligência, o gosto por crimes e a ironia estão presente no sangue dos Ocean.

Oito Mulheres e Um Segredo bateu o recorde da franquia nas bilheterias da América do Norte, no final de semana da sua estreia. O filme abriu em primeiro lugar nos Estados Unidos e Canadá, com uma arrecadação de US$ 41,5 milhões, superando a bilheteria de lançamento dos três longas estrelados por Clooney e Pitt.

A película é muito mais do que a versão feminina de Onze Homens e Um Segredo. Trata-se de um filme importante ao levar em conta o contexto da representatividade feminina, tanto no cinema quanto fora dele, que está sendo cada vez mais debatida nos últimos tempos. É através de pequenos passos que podemos atingir o patamar ideal no futuro. Apesar de algumas falhas em seu roteiro, o elenco brilhante, o cuidado com os detalhes (destaque para o belíssimo cenário do Met Gala e os figurinos deslumbrantes utilizados) e críticas relacionadas ao estereótipo feminino em um gênero cinematográfico dominado por homens compensam alguns dos erros do roteiro. No fim, Oito Mulheres e Um Segredo é um filme divertido e que mostra a força da união feminina.


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