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"Brincando com Fogo" entre as maravilhas do entretenimento fútil e as recompensas que damos a homens medíocres.

“Brincando com Fogo” entre as maravilhas do entretenimento fútil e as recompensas que damos a homens medíocres.


AApós mais de um ano de espera, a Netflix retornou com o reality show perfeito para a quarentena. Ainda que pareça mais um daqueles realities de pegação, que confina uma dezena de solteiros com corpos padrão para o entretenimento e a vergonha alheia dos telespectadores, a dinâmica de Brincando com Fogo é um pouco diferente.

O programa trata-se não só de um “retiro” para beldades em uma praia paradisíaca, como o famoso De Férias Com o Ex, mas de uma competição de abstinência sexual (incluindo beijos e masturbação) e desenvolvimento de conexões emocionais. O que para alguns pode parecer muito fácil, principalmente tendo em vista o prêmio de 100 mil dólares, é uma tarefa árdua para os participantes, jovens considerados atraentes, com vidas sexuais muito ativas e, provavelmente, sem grandes dificuldades financeiras.

https://www.youtube.com/watch?v=_hmBFgXWwWM

Com uma proposta diferente, Brincando com Fogo, que teve grande repercussão ainda na primeira temporada, surpreendeu ao fazer modificações em sua estrutura para a nova temporada. Isso porque, nos novos episódios, apenas um dos participantes leva para casa o prêmio final, ainda que as ações de todos eles resultem em descontos da conta bancária do vencedor.

É aí que acontece o maior problema: na tentativa de desenvolverem conexões emocionais com os outros confinados, alguns jogadores não demonstram remorso ao quebrar as regras de Lana – o “cone” responsável por ditar as regras da casa. Enquanto isso, outros parecem ser punidos por seguirem as orientações, como é o caso de Kayla, expulsa por “não desenvolver conexões” após revelar não se sentir atraída por nenhum dos homens da casa.

Na contramão, competidores não tão empenhados em seguir as regras de abstinência parecem não ter problemas, como é o caso de Cam e Marvin, que apresentam uma série de atitudes questionáveis com seus pares, Emily e Melinda. Por fim, os dois cedem à pressão de um relacionamento monogâmico e conquistam seus lugares entre os finalistas. O resultado: homens sendo recompensados por fazerem o mínimo.

Apesar disso, não há como negar que ambos os casais se destacam entre os demais participantes de Brincando com Fogo e são os principais responsáveis por entregar o entretenimento desejado pelo público. Na temporada atual, o elenco vem ainda mais “sedento”, promovendo grandes momentos de diversão durante o show. O único problema que se pode apontar na escolha dos concorrentes é, claro, um que já era de se esperar: a falta de diversidade (de corpos e sexualidades) recorrente em programas desse tipo.

No fim, a fórmula mágica de Brincando com Fogo é a união de jovens que se importam muito mais com seus corpos e prazeres do que com dinheiro, e é exatamente essa combinação que resulta em um entretenimento fútil de qualidade, daqueles que prendem as pessoas em frente à TV durante horas; ou seja, um grande acerto da Netflix.

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