fbpx
Maligno, filme de terror de Nicholas McCarthy, torna uma narrativa óbvia e expositiva em um bom filme graças a simplicidade dos sustos.

Para quem gosta de filmes de terror com uma boa explicação do que está acontecendo na trama (na medida do possível, claro), Maligno é uma excelente escolha. O longa tem como premissa a reencarnação de uma alma antiga, em um corpo novo, que retorna para concluir algo pendente da vida anterior e o que isso pode desencadear.

Edward Scarka (Paul Fauteux), um serial killer, é assassinado pela polícia no instante em que Miles (Jackson Robert Scott) vêm ao mundo. Logo nos primeiros meses de vida, seus pais Sarah (Taylor Schilling) e John Blume (Peter Mooney), percebem que há algo diferente com o filho. Ele se desenvolve muito rapidamente para a idade e acaba classificado como uma “criança superdotada”, mas alguns traços agressivos do seu comportamento mostram que vai muito além disso.

Como a maioria dos filmes de terror, Maligno apresenta os clichês do gênero, mas não se prende a eles. Vários indícios óbvios de que a criança não é normal, um pai que se recusa a enxergar e acreditar no que está acontecendo – apesar da obviedade – e um cachorro latindo sem motivo aparente, são alguns dos elementos comuns deste tipo de gênero e que também está presente no roteiro escrito por Jeff Buhler.

Contudo, a proposta que o diretor Nicholas McCharty dá ao filme faz com que ele saia do lugar comum, optando por menos efeitos visuais e poucos “jump scares”, ambos bem marcados e utilizados nos momentos certos. Nada de demônios cafonas que surgem do nada ou edições tostas. Nesta película, é a sutileza que faz o coração ficar acelerado.

Apesar de já dar para imaginar as possíveis conclusões na metade do filme, a entrega não desaponta em nada. Os personagens não enrolam para tomar suas decisões e a narrativa segue fluída porque as escolhas justificam bem o que havia sido proposto no início, sem tentar dar um final feliz para a angustiante jornada da família principal. Convenhamos que não dá para ser feliz quando seu filho tem a alma de um assassino.

As explicações dadas ao longo da película são boas para que o espectador consiga se situar bem. Por ser tratar de uma reencarnação, e não uma possessão – o que é mais comum no gênero-, foi interessante dar uma boa situada no conceito principal do roteiro para que não haja nenhuma confusão. Contudo, para quem gosta de compreender a história por si só, sem que hajam explicações ao longo do caminho, Maligno pode se mostrar entediante ou óbvio demais.

Compartilhe

Twitter
Facebook
WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Pocket
relacionados

outras matérias da revista

Filmes
Stephanie Torres

O tempo da desigualdade acabou?

Se as mulheres são metade do público que compra ingressos, responsáveis pela metade dos lucros, por que o espaço delas ainda é tão pequeno? A temporada de premiações do cinema no início de 2018 foi marcada por protestos e manifestações políticas. Um dos destaques foi o Time’s Up, movimento criado por mulheres e para apoiar mulheres vítimas de abuso sexual na indústria e garantir igualdade de condições de trabalho entre os gêneros. Mais do que fazer o importantíssimo trabalho de criar um espaço seguro onde mulheres possam denunciar assédios sofridos e se prevenir de ataques futuros, a iniciativa também colocou sob

Leia a matéria »
Música
Cecilia Basílio

We want to be you

Com um ano do lançamento de seu primeiro EP, Billie Eilish é um dos maiores nomes do cenário electropop alternativo e um dos nomes mais promissores de 2018.

Leia a matéria »
Back To Top