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"The Sinner" retorna para a sua segunda temporada contando a história do pequeno Julian, um garoto de 11 anos acusado de matar os pais.

“The Sinner” retorna para a sua segunda temporada contando a história do pequeno Julian, um garoto de 11 anos acusado de matar os pais.


Por quê? Essa é a principal pergunta a ser respondida em The Sinner, série disponível na Netflix. Na primeira temporada, a questão era descobrir o que levou Cora (Jessica Biel) a matar um desconhecido na praia com sete facadas. Por meio de flashbacks, o espectador conhece o passado da personagem e, a partir do sétimo episódio, começa a compreender suas razões. A segunda rodada da produção, disponível no serviço de streaming, também revela, logo no primeiro capítulo, a identidade do assassino e de suas vítimas. O que o espectador precisa desvendar desta vez é o que motivou Julian (Elisha Henig), um garoto de 11 anos, a matar os próprios pais.

https://www.youtube.com/watch?v=eOGAhuyHgac

The Sinner é uma série antológica – temporadas com tramas independentes e alguns elementos em comum. O drama de Cora Tanetti, portanto, foi todo resolvido na primeira rodada. Para solucionar o caso do garoto que assassinou os pais, o detetive Harry Ambrose (Bill Pullman) está de volta, dessa vez acompanhado da policial Heather Novack (Natalie Paul). A dupla adentra no ocorrido, que fica mais complexo a cada episódio, especialmente a partir do momento que a personagem Vera (Carrie Coon) aparece alegando ser a verdadeira mãe de Julian. Os arcos pessoais dos investigadores se entrelaçam com algumas pistas do assassinato, já que os dois são nativos da pequena cidade onde o crime aconteceu. Essa proximidade é decisiva para a resolução do caso.

Esse novo ano supera seu antecessor, especialmente no que diz respeito ao ritmo. A trama de Cora é mais lenta, enquanto a história de Julian é dinâmica e apresenta revelações bem dosadas para cada episódio. Se na primeira rodada a presença de Jessica Biel (que agora é produtora-executiva da produção) arrematava o espectador, os novos capítulo de The Sinner também contam com ótimas atuações. Carrie Coon (do seriado Fargo) desempenha seu papel com maestria, construindo uma personagem dúbia, intensa e apaixonada. Da mesma maneira, o detetive de Bill Pullman garante cenas excelentes. Elisha Henig também não decepciona e consegue passar toda a intensidade de uma criança atordoada.

Harry Ambrose é o personagem elo da série, retornando para a temproada com a missão de investigar a fundo o caso de Julian

Um dos principais elos que une as duas temporadas é a culpa. Ao investigar o caso de Cora, Ambrose descobre que ela teve uma educação extremamente rígida, com uma mãe que a culpabilizava pela doença de sua irmã mais nova, Phoebe (Nadia Alexander). Cora introjetou esse sentimento e se puniu em diferentes momentos da vida. O personagem Julian também é dominado pelo remorso. Em determinada cena, chega a questionar: “Quando você para de se sentir culpado? Quando isso acaba?”. O detetive Ambrose, que também lida com seus próprios arrependimentos, aconselha: “Se eu fosse você, confrontaria esse sentimento. Porque, se deixar, ele vai te destruir”.

Tanto na primeira quanto na segunda temporada, a série é extremamente eficiente em adentrar na mente do assassino. Se as motivações são deixadas de lado em muitas tramas de mistério, no caso de The Sinner elas aparecem em primeiro plano. As duas rodadas também têm em comum o flerte com o misticismo e com a dicotomia entre “sagrado” e “profano”. Não há somente um pecador.

O clima de tensão é crescente e, principalmente a partir do quinto episódio, é difícil desgrudar os olhos da tela. Em todos os capítulos, a direção de fotografia não deixa a desejar. A resolução do crime surpreende, especialmente com seus detalhes (o destino de um personagem em especial, depois que descobrimos o que o mesmo enfrentou, provavelmente irá partir seu coração), ao passo que a história é muito bem concluída e eficiente em abordar temas morais e conflitos internos.


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