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"Reign" termina seu ciclo contando a história de Mary Stuart em uma última temporada que continua sendo um destaque, mesmo quando usa de licença poética.

“Reign” termina seu ciclo contando a história de Mary Stuart em uma última temporada que continua sendo um destaque, mesmo quando usa de licença poética.


UUma série baseada em um drama histórico, personagens femininas fortes, romances e traições. Essas são algumas características que descrevem a série Reign, produzia pela The CW, que chegou ao seu fim em junho desse ano. A decisão de cancelar a série, em sua quarta temporada, foi anunciada em dezembro do ano passado, com o drama tendo apenas 0.3 de audiência – ou seja, menos de um milhão de pessoas estavam assistindo. Outra coisa que contribuiu para a queda de audiência foi a saída dos atores Toby Regbo (Francis) e Toorance Coombs (Bash).

Dessa maneira, a quarta e última temporada de Reign teve que correr um pouco com os acontecimentos sobre a vida de Mary Stuart (Adelaide Kane), a rainha da Escócia. Mesmo com um deadline apressado e com um total de 16 episódios, os produtores conseguiram entregar um final recheado de acontecimentos de peso e um pouco de nostalgia para os fãs. A quarta temporada desenvolve ainda mais a rivalidade entre a rainha da Escócia e Elizabeth I (Rachel Skarsten), a rainha da Inglaterra.

Ao mesmo tempo, também é apresentada a disputa pelo trono francês entre os irmãos Charles (Spencer MacPherson) e Henri (Nick Slater). Os três últimos episódios, mesmo deixando muitas coisas de fora, conseguem dar destaque aos acontecimentos importantes e encerraram a série da maneira que ela merecia. A participação especial de Toby Regbo, nos minutos finais, fez com que tudo fique um pouco mais especial.

Inicialmente, Reign é uma série mais voltada para o público juvenil, mas com o passar das temporadas foi tornando-se um pouco mais obscura. Durante esses quatro anos, é perceptível a evolução de vários personagens – principalmente Mary. Adelaide Kane retrata com maestria todo esse amadurecimento da rainha da Escócia. A transformação de uma garota doce e ingênua que sonhava em se casar por amor, em uma mulher de personalidade forte e ambiciosa ao lutar por tentar reivindicar o seu direito ao trono inglês.

https://www.youtube.com/watch?v=zGWSZqfjHxc

Em todos esses anos, apesar da baixa audiência nas últimas temporadas, Reign conseguiu ser uma boa série da The CW que se destaca pela trama, a excelente atuação dos atores e por seus belíssimos figurinos (a responsável por isso é Meredith Markworth-Pollack, costume designer também conhecida pelo seu trabalho em Gossip Girl). É uma série que conta de maneira memorável a vida da rainha da Escócia.

 

Ficção X Realidade

Apesar de se tratar de uma produção inspirada em fatos históricos, é claro que existem algumas diferenças entre a ficção e a realidade. Alguns personagens e tramas foram criados apenas para atrair ao público como, por exemplo, um triângulo amoroso entre Mary , o príncipe Francis e o bastardo Bash. No início da trama é mostrado que Mary foi enviada pela sua mãe a um convento na França, onde ela passa toda sua infância escondida. Porém, na realidade, isso nunca aconteceu. Ela foi enviada para a França ainda quando criança, mas foi criada na Corte Francesa em vez de um convento.

Outra mudança feita foi o nome das damas de companhia da rainha da Escócia. Em Reign elas se chamam Lola (Anna Popplewell), Greer (Celina Sinden), Kenna (Caitlin Stasey) e Ayle (Jenessa Grant). Já na realidade, todas compartilhavam do mesmo nome da rainha e eram conhecidas como “4 Marys” (as “Quatro Mary”).

A Rainha da Escócia, Mary, ao lado de suas criadas, as “Quatro Marys”

E como é mostrado em Reign, o rei francês Henry II (Alan van Sprang) tem um caso assumido com Diane de Poitiers (Anna Walton), que de fato ocorreu. Porém, existem algumas diferenças com relação ao que foi exibido na série. Para começar não há nenhum registro de que eles tiveram algum filho. Outro fato bastante curioso é que Henry II mandou espelhar monogramas “HD” por paredes e fachadas de vários castelos da França, demonstrando o quão forte era forte a união entre eles.

 

Vida e Morte

Adelaide Kane como Mary Stuart, Rainha da Escócia

Ao longo de seus 42 anos de vida, Mary Stuart pode ser considerada uma das mais famosas rainhas do século XVI. Ela tornou-se rainha da Escócia quando era apenas um bebê, pois era a única sobrevivente e descendente legítima do rei Jaime V da Escócia. Ainda quando criança, foi mandada para ser educada na França e passou boa parte de sua infância e adolescência na corte francesa enquanto sua mãe, Maria de Guise, continuou governando a Escócia até que Mary crescesse. Aos 16 anos, ela se casou com o príncipe Francis, unindo assim a França e a Escócia. Porém, o casamento não durou muito tempo. Após dois anos ela ficou viúva e retornou para a Escócia.

Por ter recebido uma criação católica, Mary teve de enfrentar muitos problemas quando retornou ao seu país natal. A Escócia tinha acabado de adotar o protestantismo, de maneira que muitos nobres não queriam uma rainha católica. Outro fator que a tornava impopular entre os escoceses foi a sua escolha para os conselheiros e o seu segundo marido, Henrique Stewart, conhecido como Lorde Darnley, que também era bastante impopular.

Em 1568, ao fugir de seus inúmeros inimigos, Mary recorreu a Elizabeth I, que era sua prima. Ela buscou abrigo na Inglaterra, mas baseado nas suas pretensões em tomar o trono inglês (o direito da rainha da Escócia ao trono inglês provinha de ascendente com Henrique VII, o fundador da dinastia Tudor, através de sua filha Margart, avó de Mary), Elizabeth I a prendeu na prisão de uma maneira preventiva.

Ela permaneceu na prisão pelo resto de sua vida e após o seu julgamento em 1586, foi decapitada no dia 8 de fevereiro de 1587, sob os protestos da França e da Espanha. E mesmo tendo se passado 430 anos após a sua morte, a figura da rainha da Escócia ainda exerce um enorme fascínio entre os estudiosos. Mary Stuart foi uma mulher impotente, que arriscou o seu reino para viver um desejo inconsequente e como consequência ela teve de pagar com sua própria vida por almejar o trono inglês.


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