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Netflix completa 20 anos no mercado como o maior serviço de streaming, tendo planos para expandir ainda mais o seu catálogo mundial.

Netflix completa 20 anos no mercado como o maior serviço de streaming, tendo planos para expandir ainda mais o seu catálogo mundial.


PPode não parecer, mas a Netflix é uma jovem de duas décadas. No dia 29 de agosto a empresa, que começou como uma locadora de filmes via correios, em 1997 nos Estados Unidos, completou 20 anos de existência, sendo, por exemplo, ligeiramente mais velha que outro gigante da Internet, o Google, que iniciou suas atividades em 1998.

A idade da marca gera surpresa devido ao fato de que seu principal serviço, o streaming de audiovisual, é razoavelmente novo comparado a trajetória da empresa. Em seus primeiros dez anos de existência, a Netflix inovou no mercado de locadoras ao permitir que seus clientes ficassem com os DVDs o tempo que quisessem, em troca de uma mensalidade.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=3&v=VtNwQlgcDeI

 

Netflix: O Começo

O serviço de conteúdo online começou nos Estados Unidos em 2007, com um catálogo limitado, se expandiu para o Canadá em 2010 e no seguinte estreou ao Brasil. Atualmente, está disponível em quase todos os países, exceto China Continental, Coreia do Norte, Síria e região da Crimeia. Além disso, tem versões em 18 idiomas.

Líder em seu segmento, não demorou muito para a Netflix assumir outro papel importante: as produções seriadas. Percebeu nesse nicho uma forma de conquistar mais usuários e, assim, começou a investir em produções originais com uma nova forma de disponibilizar conteúdo. Hoje, é fácil apontar séries originais de sucesso como Stranger Things (2016) e Orange Is the New Black (2013).

A gigante de streaming notou que canais de TV estavam produzindo conteúdo de acordo com a demanda de seus telespectadores e passou a utilizar da mesma característica em suas produções. Entretanto, foi além e alterou o modo convencional de disponibilizar séries. Ao invés de oferecer um episódio por semana, método tradicional, liberou uma temporada inteira por vez, tanto em suas produções originais, quanto em séries com direitos de exibição comprados de emissoras de televisão.

Não parou por aí. A Netflix realizou diversos estudos para achar a forma ideal de produzir seriados. Exemplo desses estudos é a teoria do “episódio-gancho” (cliffhanger, no original), que se resume no fator de que há um episódio do seriado que vai prender a atenção do telespectador. A empresa também explorou de seu banco de dados como método de análise para aperfeiçoar a produção de suas séries, utilizando-se de dados quantitativos que informam quais as melhores decisões para melhorar seus serviços. Para ter-se um dimensionamento disso, a Netflix tem hoje mais 100 milhões de assinantes em todo o mundo; uma grande base de usuários que reúne uma quantidade exponencial de dados.

Sugestões como “Continuar assistindo” e “Porque você assistiu determinado filme” são resultados do processo e armazenamento de dados de usuários, coletados e indexados em tempo real. Em suas análises, a Netflix segue alguns critérios, como a parte em que o usuário deu pausa no episódio, em quais dias da semana ele assiste o conteúdo, a sua localidade, em qual dispositivo acessa (TV, tablet, smartphone, etc.), se há o abandono do conteúdo, as avaliações diárias, os prints tirados da tela em determinada cena, entre outras características.

Essas informações apontam para a empresa qual é o engajamento de seus clientes com as produções. Se uma série antiga apresentar altos índices de audiência na plataforma de streaming, ela pode entrar na agenda para a produção de uma nova temporada. Assim se define o conteúdo de seu catálogo. O cruzamento de dados não só estabelece quais títulos serão inseridos em seu catálogo, mas principalmente na produção de conteúdo original que agrada o público.

 

House of Cards

Em março de 2011, a Netflix anunciou que faria investimento até então jamais visto na televisão norte-americana. Iniciou a produção de uma série de duas temporadas, com treze episódios cada, e orçamento total de 200 milhões de dólares, a mais cara daquele ano. Essa produção é House of Cards.

A empresa tinha certeza que o programa seria sucesso de audiência, tudo graças ao cruzamento dos dados armazenados em sua plataforma. Dentre as informações, levou em consideração a porcentagem dos usuários que assistiram o filme A Rede Social (2010), de David Fincher, e a minissérie de sucesso homônima britânica de Andrew Davies, exibida pela BBC em 1990, além dos filmes dirigidos e produzidos por Kevin Spacey e Fincher.

A Netflix sabia que um número considerável de seus usuários estava carente de dramas políticos, mas entendeu também que eram necessárias estratégias de marketing, criadas por meio do cruzamento de dados. O trailer de House of Cards foi dividido em dez cortes, cada um voltado para determinado tipo de espectador.

As previsões e táticas do serviço de streaming foram bem-sucedidas. A série protagonizada por Kevin Spacey e Robin Wright, resultou em dois milhões de novas assinaturas para a empresa nos Estados Unidos, apenas no primeiro trimestre de 2013, e aproximadamente um milhão em outras partes do mundo. Em 2014, a segunda temporada marcou a estreia do 4K (ultra alta definição) na plataforma. A super qualidade de imagem exigiu cenários detalhados e reconstituições minuciosas, como a Casa Branca e Congresso que se confundem com os originais. Atualmente, todas as produções originais da empresa são transmitidas neste formato de resolução, sem contar as séries, como Breaking Bad, que foram remasterizadas.

https://www.youtube.com/watch?v=GwCXMO0Dklk

A Netflix não poupou investimentos em produções próprias nos últimos cinco anos e não deve poupar nos anos que virão. Recentemente anunciou que aplicará sete bilhões de dólares em conteúdo original para 2018. A ação é também uma tentativa de frear a redução de seu catálogo, já que as grandes produtoras decidiram criar seus próprios serviços de streaming, em busca de lucrar mais do que com a venda dos direitos de transmissão para plataforma da empresa.

 

Animes

Líder entre as plataformas de vídeo sob demanda, a Netflix tem hoje número significante de séries, documentários e filmes originais; entretanto, sua aposta de expansão parece caminhar para a animação japonesa. Sólido na Itália e em países sul-americanos, o segmento conta também com base de fãs extremamente fiel. Em agosto passado, a empresa participou do Anime Slate 2017, em Tóquio, e chamou a atenção de todos ao anunciar lista expressiva de produções originais que estrearão em seu catálogo de animes nos próximos anos.

“Top 10 de Anime na Netflix”

No evento, a Netflix divulgou que no Japão, maior mercado da categoria, apenas 50% de seus usuários assistem animes. Os números mostraram ainda que, fora da Terra do Sol Nascente, a porcentagem de assinantes que consomem esse conteúdo sobre para 90%. O que pode justificar o interesse da gigante de streaming na animação japonesa.

Aparentemente modestos, os investimentos da Netflix na indústria dos animes não é tão recente quanto parece. A empresa tem calorosa parceria com o estúdio Polygon Pictures, responsável por muitos animes originais da plataforma, dentre os sucessos de audiência estão AJIN: Demi-Human (2016), Knights of Sidonia (2014) e Blame! (2017). Outra colaboração importante é com a Frederator Studios, que resultou em Castlevania (2017). É sabido que o serviço de streaming pretende fechar acordos com o estúdio Bones, produtor do mainstream Fullmetal Alchemist, e com Masamune Shirow, criador do mangá Ghost in the Shell, um dos mais cultuados da cultura pop.

https://www.youtube.com/watch?v=dNbT1vKXtXQ

O catálogo de animes da Netflix possui obras consideradas clássicas, como Akira (Katsuhiro Otomo, 1988), Ghost in the Shell (Mamoru Oshii, 1995) e filmes de Makoto Shinkai, diretor de Your Name (2016), maior bilheteria mundial de um anime. O acervo da empresa é pequeno apenas comparado ao Crunchyroll, serviço de streaming especializado que oferece mais 800 títulos de animação japonesa em sua plataforma.


Confira a lista de animes apresentados pela Netflix no Anime Slate 2017:

Cyborg 009: Call of Justice (12 episódios; Estreou em 10 de fevereiro de 2017): Anos depois de estarem vivendo no anonimato, os ciborgues são forçados a lutar novamente quando os super-humanos surgem com um plano nada bom para a humanidade.

Blame! (1h46min; Estreou em 20 de maio de 2017): Em uma cidade controlada por máquinas destrutivas, surge o misterioso e solitário Killy, um sobrevivente lutando para evitar a extinção da raça humana.

Little Witch Academia: 2ª Temporada (25 episódios; Estreou em 15 de agosto): Akko se inscreve na academia para bruxas Luna Nova. Ela pode não ser a melhor aluna da escola, mas sua atitude incrível é com certeza a chave para o sucesso!

Death Note (1h40min; Estreou em 25 de agosto de 2017): Adaptação live-action de um dos animes mais cultuados da cultura pop. Um jovem usa os poderes de um caderno sobrenatural para matar bandidos, mas acaba atraindo a atenção de um detetive, um demônio e uma colega.

Voltron: Defensor Lendário 3ª e 4ª Temporada (estrearam em 04 de agosto e outubro de 2017, respectivamente): Esta série inédita, cinco heróis improváveis pilotam seus leões robóticos para juntos formar o megapoderoso Voltron e defender o universo contra mal.

Fate/Apocrypha (25 episódios; Estreia em 02 de dezembro): Participando do que se denomina “Grande Guerra do Santo Graal”, 14 “espíritos heróicos” dividiram-se em duas facções e enfrentam uma guerra épica medieval, mas completamente mágica. Os vários cavaleiros e mages têm poderes incríveis, e suas muitas batalhas serão o foco principal de Fate/Apocrypha.

Erased (11 episódios; deve estrear no último trimestre de 2017): Série live-action com atores japoneses baseada no mangá homônimo. A série terá 11 episódios de 30 minutos cada e o final será completamente diferente daquilo que se viu no mangá!

Blazing Transfer Students REBORN (8 episódios, Estreia em 10 de novembro): Série live-action com atores japoneses baseada no mangá homônimo. Os garotos da banda Johnny’s West interpretam um grupo de estudantes recrutados para uma misteriosa missão numa escola complicada, sob o comando de seu sinistro diretor.

Castlevania 2ª Temporada (estimasse que sejam 8 episódios, com estreia em 2018): Um caçador de vampiros luta para salvar uma cidade sitiada por um exército de criaturas controladas pelo próprio Drácula. Inspirado no clássico videogame.

Devilman Crybaby (10 episódios; Estreia em 2018): Como uma antiga raça de demônios invade a Terra em um esforço para retirá-la dos humanos, a protagonista Akira Fudo resolve se fundir com um demônio. Ele “conseguiu transformar-se em Devilman, que possui os poderes de um demônio e a alma de um humano”. Devilman literalmente lutará contra o fogo, mas ele também lutará para manter sua identidade humana.

Kakegurui (12 episódios; Estreia em 2018): Tipicamente subtitulado “Compulsive Gambler”, especialmente em sua forma de mangá, “Kakegurui” ocorre na Hyakkaou Private Academy, onde estudantes ricos e privilegiados apostam fortunas inteiras em diferentes jogos. Aqueles que devem dívidas são forçados a escravidão enquanto o sucesso se eleva ao topo da hierarquia da escola. Um novo aluno passa a ser um viciado em jogo louco que joga pela emoção, que joga a escola e sua administração no caos.

Children of the Whales (Estreia em 2018): Chakuro, o arquivista da ilha que tem poderes especiais, conhece uma menina misteriosa chamada Rikosu enquanto investiga um navio abandonado que se deslocava até a Baleia de lama. É a primeira vez que alguém na ilha fez contato com alguém do mundo exterior, mas é um sinal auspicioso de que um novo mundo aguarda?

Lost Song (12 episódios; Estreia em 2018): Uma história completamente original faturada como uma “fantasia clássica” com duas heroínas femininas, “Lost Song” segue um jovem aldeão e uma cantora vivendo na capital. Cada um tem um poder especial: “Um poder milagroso que pode curar feridas, criar água e agitar o vento – o poder da música”. À medida que a guerra ameaça surgir no reino, ambas as jovens usam suas vozes mágicas para curar e ajudar onde eles podem.

Sword Gai (Estreia em 2018): Depois de um acidente, o jovem Gal tem o braço substituído por uma espada do demônio. Ele e a arma vão se unir em um só corpo no combate aos inimigos.

A.I.C.O. – Incarnation (12 episódios; Estreia em 2018): O ano é 2035, e um experimento está muito errado. Chamado Burst, “uma forma de vida artificial fora de controle chamada Matéria” explode a existência e se espalha rapidamente. Dois anos depois, uma jovem descobre que ela pode manter a chave para parar essa ameaça bizarra. Ela só terá que se infiltrar no coração da zona em quarentena.

B: The Beginning (12 episódios; Estreia em 2018): Na cidade futurista de Cremona, os avanços tecnológicos ditam as regras. É a partir daí que um grupo de cientistas planeja criar novos humanos capazes de instaurar a paz na região. O único problema é que nem todos apoiam essa ideia.

Cannon Busters (12 episódios; data de estreia não definida): Programa para a amizade, a simpática andróide S.A.M embarca em uma jornada em busca de seu melhor amigo ao lado de uma robô de manutenção e um perigoso fugitivo.

Rilakkuma Series (13 episódios; data de estreia não definida): Kaouru recebe em seu quarto um morador inesperado: Rilakkuma, um urso preguiçoso com um zíper nas costas. Mas de quem é impossível não gostar.

Godzilla (sem informações; data de estreia não definida): Neste novo anime, Godzilla chega a um futuro totalmente novo, mas não imune as caos que o lendário monstro pode provocar.

Baki (26 episódios; data de estreia não definida): Baki Hanma é o filho de ninguém menos que Yujiro Hanma, o homem mais forte do mundo. Decidido a conquistar o título do seu pai, esse jovem se submete a intensivos treinos, mas seu objetivo tem consequências: sua determinação atrai cinco terríveis lutadores dispostos a deterrotá-lo de todas as formas. A última esperança de Baki são três gerreiros de artes marciais, Gouki Shibukawa, Retsu Kaioh e Doppo Orochi, que ressurgem para ajudá-lo.

Os Cavaleiros do Zodíaco: Saint Seiya (12 episódios; data de estreia não definida): Dentre os animes anunciados, sem dúvidas “Saint Seiya” foi o que mais repercutiu na imprensa internacional. Sucesso no Brasil na década de 1990, a obra será um reboot que atualizará a Guerra Galactica até o começo do arco dos Cavaleiros de Prata. Feito por imagens geradas por computador, terá uma temporada de 12 episódios com cerca de 30 minutos cada. A produção continua sob responsabilidade da Toei Animation e direção de Yoshiharu Ashino.


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