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A 2ª temporada de "MINDHUNTER" mantém a excelência da primeira com um roteiro bem trabalhado, personagens bem construídos e ótimas atuações.

A 2ª temporada de “MINDHUNTER” mantém a excelência da primeira com um roteiro bem trabalhado, personagens bem construídos e ótimas atuações.


Nota da Colab: o texto contém spoilers.

 

HHá quase dois anos, em outubro de 2017, foi lançada a primeira temporada da série MINDHUNTER, baseada no livro Mindhunter: O Primeiro Caçador de Serial Killers Americano, escrito por John E. Douglas e Mark Olshaker. Produzida por David Fincher e por Charlize Theron, a primeira temporada da série contou com um total de 10 episódios e não demorou para se tornar aclamada pelo público.

A premissa de MINDHUNTER se baseia em dois agentes do FBI: o Holden Ford (o personagem de Jonathan Groff é baseado em John E. Douglas) e Bil Tench (Holt McCallany inspira-se em Robert K. Ressler). Ambientada na década de 70, o telespectador acompanha as entrevistas que Ford e Tench realizam com os assassinos em série que foram presos, com o objetivo de tentar entrar na mente deles, descobrir o máximo possível de informações e aplicar esse conhecimento em solucionar um caso.

Um dos destaques em MINDHUNTER é a forma com que explora a psicologia forense. Na primeira temporada, “aprendemos” como traçar o perfil de um assassino e entender melhor como funciona o modus operandi. Isso serve para instigar a curiosidade do público, de forma que muitos fãs aguardaram pacientemente pelo retorno da segunda temporada, que aconteceu em setembro deste ano.

 

Segunda Temporada

Logo no início da segunda temporada, é visível os avanços dos métodos de psicologia forense graças às pesquisas de Ford e Tench, mas também é possível reparar algumas mudanças. A primeira delas é que o termo serial killer (assassino em série, em português) já está mais difundindo e os agentes do FBI estão se esforçando em inovar suas técnicas – depois do que eles aprenderam na primeira temporada, o foco deles é evitar que crimes semelhantes aconteçam novamente.

Holt McCallany, à esquerda, e Jonathan Groff, à direita

Além de todas essas mudanças, o serial killer BTK (Sonny Valicenti) vai ganhando mais notoriedade, chamando atenção dos agentes devido aos crimes horrendos que ele comete. A sigla BTK significa, em português, Amarrar, Torturar e Matar, servindo como a “assinatura” pessoal do assassino. Ao mesmo tempo em que os agentes estão determinados a capturar o que até então é um dos casos mais complexos já enfrentados, também são apresentados outros assassinos em séries.

Assim como na primeira temporada, as entrevistas com os criminosos são um dos momentos mais empolgantes de MINDHUNTER. Uma das que mais chama atenção é a entrevista com David Berkowitz (Oliver Cooper), popularmente conhecido como Filho de Sam, um assassino em série que aterrorizou Nova York de julho de 1976 até agosto de 1977. Durante a entrevista com o Filho de Sam, fica evidente que Tench e Ford  estão mais experientes do que na primeira temporada, sendo capazes de atingir a vulnerabilidade do assassino com facilidade, a fim de conseguir as respostas e informações que necessitavam.

Jonathan Groff e Anna Torv

Outra entrevista de destaque é a com Charles Manson (Damon Herriman) — curiosamente, o ator Damon Herriman também interpretou o assassino no filme Era Uma Vez em… Hollywood (2019), de Quentin Tarantino. Manson ficou conhecido por ter criado a “Família Manson”, um grupo composto por ele e seus seguidores na Califórnia durante a década de 60. Inicialmente, o grupo realizava pequenos golpes, mas em agosto de 1969, a mando de Manson, a “Família” passou a cometer uma série de assassinatos em Los Angeles, entre eles o famoso Caso Tate-LaBianca — nome que foi dado para o assassinato da atriz Sharon Tate, seus amigos e do casal Leno e Rosemary LaBianca. Por mais que seja complicado entender o que se passa pela cabeça de Manson, certamente esse é um dos momentos mais emocionantes da segunda temporada de MINDHUNTER, com a atuação de Herriman contribuindo para entregar as camadas que o personagem pede.

No que diz a respeito ao desenvolvimentos dos personagens, é preciso citar o arco do personagem Bill. Além de enfrentar diversos problemas no trabalho, o personagem passa por problemas dentro de casa. Enquanto isso, a obsessão de Holden em tentar capturar BTK acaba sendo um dos grandes pontos fortes da segunda temporada. Apesar disso, a série não aprofunda ou desenvolve mais a respeito da crise de pânico que o personagem apresentou ao se encontrar com Ed Kemper (Cameron Britton), um criminoso que se identificava com Ford. Ao longo dos episódios da segunda temporada, essa crise de pânico vai sendo deixada de lado.

A psicóloga Wendy (Anna Torv) também ganha um pouco mais de destaque ao longo do novo ano. Um dos momentos mais emocionante envolvendo a personagem é sua entrevista com Elmer Wayne Henley (Robert Aramayo), um assassino que tinha o hábito de matar apenas meninos. A segunda temporada de MINDHUNTER aborda um pouco mais sobre a vida pessoal dela e a doutora ganha um novo arco, onde dá início a um relacionamento com uma mulher – mas Wendy sente a necessidade de que precisa esconder que é lésbica.

Ao final, a segunda temporada do programa mantém o mesmo nível de excelência da primeira. Com um roteiro bem trabalhado, diálogos inteligentes, personagens bem construídos e com ótimas atuações, a série consegue despertar a atenção das pessoas. Apesar da Netflix não ter se posicionado oficialmente se haverá ou não uma terceira temporada, uma coisa é certa: ainda há muita história para ser contada, explorada e desenvolvida em MINDHUNTER.

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