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A sétima temporada de "Game of Thrones" estreia com muita expectativa. Fazemos o balanço da série até agora – e dos dois primeiros episódios.

A sétima temporada de “Game of Thrones” estreia com muita expectativa. Fazemos o balanço da série até agora – e dos dois primeiros episódios.


Nota do Coab: Este texto contem spoilers e foi produzido antes da estreia da sétima temporada, no dia 12 de julho..

Uma adição pós-estreia foi colocada ao final deste texto, no dia 25/jul. O adendo, também contendo spoilers, traz análises e informações sobre o que aconteceu nos primeiros dois capítulos da série.

 

Pôster internacional da sétima temporada de “Game of Thrones”

Com apenas 13 episódios pela frente, Game of Thrones está em sua reta final, fazendo com que fãs do mundo todo criem expectativas quanto ao penúltimo ato de uma das maiores séries da atualidade. Na 7ª temporada, que vai contar com sete episódios, três a menos do que o habitual, a trama deve preparar o terreno para o final grandioso que é esperado no oitavo e último ano da produção, programada para ir ao ar entre o final da 2018 e o início de 2019.

Já bem à frente do material original da saga de livros Crônicas de Gelo e Fogo, a obra ainda incompleta de George R.R. Martin, os showrunners da série Dan Weiss e David Benioff tem a liberdade de desenvolver a trama de uma maneira mais dinâmica. Tal autonomia proporciona um desenvolvimento maior no arco dos personagens principais e um caminho mais livre para a resolução das duas grandes questões que a série vem trabalhando ao longo de seus sete anos: a batalha pelo Trono de Ferro e o confronto contra os White Walkers.

De acordo com os produtores e o elenco da série, o novo ano da produção traz novidade, como o encontro de diversos personagens que nunca se conheceram e os reencontros de personagens que não se veem desde a primeira temporada. Consequentemente, as alterações acabam criando a necessidade de um ritmo mais acelerado para a narrativa, fazendo com que a equipe de roteiristas não perca tempo em narrativas arrastadas e desnecessárias.

A cada episódio, Daenerys Targaryen fica cada vez mais perto de se inserir na esperada batalha pelo trono de Westeros

 

Em que Ponto está a Trama?

O cenário político da atual temporada de Game of Thrones apresenta uma Westeros dividida por quatro monarcas. Em Porto Real, Cersei Lannister (Lena Headey) venceu todos os seus inimigos na cidade, tomando para si o Trono de Ferro. Proclamada como a primeira rainha por direito da história de Westeros (e não como simples consorte de um Rei), cabe a Cersei agora defender o legado da Casa Lannister, subjugar quem ameaça seu posto e se vingar daqueles que provocaram a morte de seus filhos. Mais sozinha do que nunca, a rainha tem poucas casas como aliadas e isso faz com que ela precise ainda mais da ajuda de seu irmão gêmeo (e amante) Jaime Lannister (Nikolaj Coster-Waldau), que, pelo final do último ano, não aparenta estar de acordo com as atitudes da irmã.

Com o poder nas mãos depois dos chocantes eventos do final da sexta temporada, Cersei Lannister já deixou bem claro que só irá descansar quando for a rainha soberana dos Sete Reinos

Nas Ilhas de Ferro, o Rei Euron Greyjoy (Pilou Asbæk) tinha como objetivo conseguir uma aliança por casamento com Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) usando a rainha e seus dragões para conquistar o Trono de Ferro. Porém, sua sobrinha e rival auto proclamada Rainha das Ilhas de Ferro, Yara Greyjoy (Gemma Whelan) tomou a frente e conseguiu o favor da Mãe dos Dragões antes de Euron. Sem os dragões de Daenerys, Euron deve buscar outras alternativas para chegar ao Trono de Ferro e eliminar seus sobrinhos e concorrentes pelo trono de Sal, Yara e Theon Greyjoy (Alfie Allen).

Em Winterfell, o recém proclamado Rei do Norte, Jon Snow (Kit Harington), tem como principal preocupação o inverno e a chegada da “Longa Noite” trazida pelos White Walkers que marcham em direção à Muralha. Apesar de não ter nenhum interesse em se sentar no Trono de Ferro, Jon sabe que somente uma Westeros unida pode resistir à ameaça do Rei da Noite e seu exército, o que deve leva-lo a procurar a ajuda dos outros líderes do continente para fortalecer a resistência aos Caminhantes na “Grande Guerra”.

Essa, no entanto, talvez não seja a principal preocupação de Mindinho (Aidan Gillen), que teve seus planos de sacramentar Sansa Stark (Sophie Turner) como a verdadeira líder do Norte frustrados na última temporada. Resta a ele uma última cartada: convencer Sansa a trair Jon e tomar para si o poder no Norte para que juntos eles possam tomar o Trono de Ferro. Outros personagens que também devem interferir diretamente na trama política do Norte são os outros Stark sobreviventes, Arya (Maisie Williams) e Bran (Isaac Hempstead-Wright), que podem rumar para Winterfell em breve.

Recém-chegada em Westeros, Daenerys enfim está preparada para conquistar o Trono de Ferro. Tomando como base o lar ancestral dos Targaryen (e lugar de seu nascimento), o castelo de Pedra do Dragão, Dany deve planejar a conquista do continente ao lado da Mão da Rainha, Tyrion Lannister (Peter Dinklage). Apesar do foco inicial em tomar o trono de Cersei, Daenerys deve ser alertada em breve da ameaça dos White Walkers e do perigo iminente que eles trazem, o que fatalmente vai forçar a Mães dos Dragões a escolher entre a batalha contra os Lannister e a guerra contra os morto-vivos.

Ainda que a grande batalha por Westeros seja o arco central de toda a série, os White Walkers mostram-se como a ameaça mais mortal do que qualquer humano, que aumentam o seu exército a cada morte que acontece(u) na produção

Com a estreia da 7ª temporada de Game of Thrones programada para o dia 16 de julho, falta pouco para acompanharmos o começo do fim da mais bem-sucedida série de fantasia de todos os tempos e diante de tantas possibilidades, apenas uma coisa é certa: o inverno chegou e ninguém em Westeros está preparado para enfrenta-lo, pelo menos não sozinho.

S07E01 & S07E02

Consideravelmente menor que as outras, com apenas sete episódios, ao invés dos costumeiros dez, a nova temporada de Game of Thrones confirmou a expectativa de que aceleraria sua narrativa. Apesar de que todo primeiro episódio de temporada de uma série funcione como uma recapitulação dos acontecimentos de sua antecessora, além de tratar das consequências imediatas das mesmas, David Benioff e Dan Weiss, demonstraram consciência do tempo enxuto que tem para este ano.

Assim, nos deparamos com avanços narrativos cada vez mais rápidos, viagens e deslocamentos de personagens que em temporadas anteriores poderiam demorar 3 episódios acontecendo em somente um, além de tomadas de decisões importantes que poderiam ser prolongadas em vários episódios de discussão sobre o “jogo dos tronos”, mas são limitados a um único capítulo.

https://www.youtube.com/watch?v=rDHuyRyGuFQ

A chegada de Bran a Muralha, por exemplo, é um bom exemplo de como os produtores de Game of Thrones decidiram por acelerar os acontecimentos, uma vez que em outras temporadas acompanhamos o mesmo personagem vagando pelas terras além a muralha, enquanto na atual temporada já nos deparamos com o Stark mais jovem encontrando com a Patrulha da Noite. A incrível cena de abertura do primeiro capítulo, em que Arya Stark, disfarçada de Walder Frey, assassina todos os Frey e envolvidos no Casamento Vermelho, agrega ao arco de vingança da personagem que, após um encontro com sua loba Nymeria e a descoberta que de que Jon está governando o Norte, parte para casa. Será o tão aguardado encontro dos Starks sobreviventes?

Enquanto isso, Jon e Sansa tem tido alguma dificuldade para governar Winterfell. Ele quer priorizar a preparação para a eminente batalha contra os White Walkers, enquanto ela se preocupa mais em manter o Norte unido e resgatar a uniformidade e tradição que existia no reino antes do golpe dos Bolton. A presença de Mindinho tem colocado mais lenha na fogueira ainda, com o personagem evidentemente tentando mexer com a cabeça de Sansa que, felizmente, continua em um arco crescente interessante, tornando-se uma personagem muito menos passiva, mais madura e preparada para os jogos políticos de Westeros.

Um ponto positivo dos dois primeiros episódios de Game of Thrones é a forma com que os roteiristas trabalharam os personagens considerados secundários, explorando-os como elos entre protagonistas que estão separados por léguas de distância na série. Os acontecimentos com Sam na Cidadela, que ao descobrir a jazida de vidro de dragão, matéria prima que Jon necessita para combater os White Walkers, existente no local em que Daenerys se encontra, prenuncia um encontro entre os dois personagens. Já no segundo capítulo, o atual comandante do Norte confirma uma viagem para Pedra do Dragão, em busca de uma aliança com a Mãe dos Dragões. De forma parecida, temos expectativa do encontro entre Clegane e a Irmandade sem Bandeira com o povo livre, em uma das fortalezas da Muralha próxima ao mar.

Em Game of Thrones, a trama de Daenerys finalmente se alinha totalmente com o jogo político de Westeros, uma vez que a Khalessi e seus seguidores chegaram a sua terra natal e passam a planejar a melhor forma de atacar Porto Real. As cenas que envolvem a garota Targaryen no segundo episódio são, talvez, as melhores da temporada até aqui, também graças aos personagens secundários. O embate verbal entre ela e Varys funcionam para valorizar ambos os personagens, mas garantindo ao eunuco um desenvolvimento que há muito tempo não acontecia. Ainda, ocorre um resgaste de todo o contexto inicial vivido por Dany ainda quando jovem, lembrando o espectador da grande jornada que a personagem passou e que acompanhamos.

A cena de preparação para o ataque a Porto Real também é excelente graças aos personagens interessantes e multifacetados presentes na conversa, assim como as boas atuações de Peter Dinklage (Tyrion), Indira Varma (Elaria), Gemma Whelan (Yara Grejoy) e Diana Rigg (Olenna Tyrell). Felizmente, é o plano de ataque de Daenerys que funciona como gatilho narrativo para a primeira grande batalha da temporada. A interceptação, e destruição, dos navios de Yara e Theon graças ao ataque de seu tio Euron, proporcionaram uma sequência de ação interessante e bem dirigida, com fogo, navios e uma composição de cena que evoca batalhas piratas no oceano. A destruição da frota de navios de Dany, assim como o sequestro de Yara e Elaria acabam não só equilibrando mais os lados militarmente, como também aumentam a rixa existente entre a garota Targaryen e a casa Lannister.

Enquanto Euron se apresenta como o antagonista mais bruto, Cersei continua com sua sutileza e malícia sentada no Trono de Ferro. Acompanhada de Jaime, a atual rainha dos setes (ou de no máximo três?) reinos se prepara para o vindouro embate por Porto Real. Com a ajuda de Qyburn, a personagem encontra uma arma capaz de matar os temidos dragões de Daenerys, ao mesmo tempo que tenta garantir o apoio e ajuda militar de alguns vassalos da região sul de Westeros. É de se esperar que nos próximos episódios Euron retorne à capital com Yara e Elaria como os “presentes prometidos” à rainha, fazendo com que Cersei aceite o Greyjoy mais velho como parte de sua armada.

Agora, resta aguardar para os encontros tão aguardados e conjecturados por fãs acontecerem, além das consequências dos conflitos estabelecidos nos dois primeiros episódios. Restando cinco episódios para o fim da temporada, Game of Thrones continuará entregando aos espectadores episódios recheados de diálogos bem escritos, personagens cativantes, batalhas sangrentas, mortes inesperadas e revelações surpreendentes, todos os domingos às 22h na HBO.


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