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O high school espanhol e o drama adolescente

[tempo de leitura: 4 minutos]

A 2ª temporada de “Elite” combina drama adolescente e suspense, deixando a expectativa quanto ao futuro dos jovens estudantes de Las Encinas.


Nota da Colab: este texto contém spoilers.

 

AA combinação de dramas adolescentes ao estilo de vida da “classe A” com um pouco de mistério é a fórmula perfeita para atrair público para diversas séries televisivas. Em Elite, que acaba de ter sua 2ª temporada adicionada à Netflix, essa combinação volta à máxima para alegria dos fãs deste tipo de série.

Na temporada anterior, o público descobriu quem estava por trás do assassinato de Marina, embora o restante dos personagens não saiba o que de fato o quê aconteceu no dia do crime. Após a prisão injusta de Nano (Jaime Lorente) pela morte de Marina (María Pedraza), a segunda temporada de Elite mostra como os alunos de Las Encinas e seus familiares estão lidando com ambas as situações. Convicto com a inocência do irmão, Samuel (Itzan Escamilla) passa a tentar investigar o que aconteceu para encontrar um novo culpado. Enquanto isso, Guzmán (Miguel Bernardeau), está tentando lidar com a morte da irmã e desconta sua raiva em Samuel.

Para mudar um pouco o ritmo dos episódios, entram três novos personagens. Valerio (Jorge López), meio irmão de Lucrécia (Danna Paola), é o típico personagem descolado, despojado e que não se importa muito com a vida. Receba (Claudia Salas) é uma adolescente que recentemente subiu para a classe alta e, apesar de levar um estilo de vida bem caro, é bem diferente dos outros adolescentes ricos do colégio. Já Cayetana (Georgina Amorós), apesar de inicialmente encaixar-se bastante entre os alunos, esconde um grande segredo dos novos amigos. Essa personagem, em especial, embora inicialmente mostre-se um tanto quanto intrigante, não teve uma personalidade e história tão bem construídas ao longo dos episódios. Em consequência disso, seus atos tornam-se tanto previsíveis quanto sem boas explicações. Entretanto, a escolha por adicionar Valério e Receba em Elite caiu como uma luva.

Seguindo os acontecimentos da temporada anterior, Ander (Arón Piper) e Omar (Omar Ayuso) vivem uma nova etapa do relacionamento. Omar mostra-se uma pessoa bem mais madura e disposta a descobrir seu lugar no mundo, dando um novo personagem mais interessante para a trama. Nadia (Mina El Hammani) e Guzman, apesar de terem seus momentos, ainda têm muitas questões pendentes para conseguir embarcar em algo sólido.

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Assim como no começo, os episódios são estruturados em uma mistura de tempos e não acontecem completamente de forma linear. Dessa vez, o público embarca numa nova investigação: o desaparecimento de Samuel. Enquanto os alunos de Elite são interrogados pela investigadora, a fim de descobrir o culpado, paralelamente acompanhamos o que aconteceu antes do seu sumiço. A própria nomenclatura dos episódios já situa o contexto em que assistimos com às horas referentes ao desaparecimento do personagem, como: “20 horas desaparecido”, “34 horas desaparecido”, , “59 horas desaparecido”, e “0 horas desaparecido”. Naturalmente, somente no season finale que descobre-se o que aconteceu com o personagem, com um bom plot twist bastante surpreendente e com uma parceria inesperada. Pontos para a produção, que caprichou ao entregar um bom suspense.

Apesar de Elite seguir o mesmo ritmo do ano anterior, a narrativa desta vez é bem mais envolvente. Carla e Polo, que não foram tão trabalhados antes, ganham muito destaque e dominam boa parte dos episódios. Carla, principalmente, foi a grande estrela da vez. O público pôde descobrir que a marquesa é uma grande manipuladora, com uma notória frieza para conseguir lidar com situações difíceis. Lu também teve a oportunidade de se revelar mais, ainda que bem no final. Essa personagem mantém uma interessante dualidade entre ser vilã e mocinha ao mesmo tempo, com um marcante quê de Blair Waldorf.

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Para não perder o estilo adolescente, também foram formados novos casais. Não existe drama high school sem novos namoros, términos e cenas um tanto quanto calientes, certo? Tanto com casais óbvios quanto inéditos, as uniões são essenciais para ditar diversos acontecimentos do enredo e pautar as organizações sociais. Um casal específico gerou muitas polêmicas e discussões na internet. Há quem defenda, há quem critique. Independente da moram por trás disso, a escolha foi arriscada mas aumentou a presença da série nas redes sociais (sem mais spoilers, você terá que assistir para descobrir quem é).

Um ponto muito positivo de Elite é a escolha por não trazer Marina de volta à história. Ainda que boa parte da temporada seja um efeito colateral de sua morte, ela não continua aparecendo como consciência dos personagens ou em cenas antigas completamente novas e que mudariam todo o curso da história. Nesse caso, é sua ausência e o efeito dela sobre os personagens que rege os acontecimentos da série.

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Com uma terceira temporada já confirmada pela Netflix, Elite entrega uma boa combinação de dramas adolescentes envoltos por suspense, deixando a expectativa do que pode vir no futuro dos jovens estudantes de Las Encinas.

mineira, jornalista e feminista. viciada em filmes adolescentes e de terror, amante de seriados e enaltecedora das divas pop. tanto 8 quanto 80, apaixonada por palavras, colecionadora de cartão postal e louca dos tsurus de origami.

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