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Em sua primeira temporada, Dark surpreende pela narrativa bem construída e pela atmosfera de suspense enervante.

Não é difícil de observar que a Netflix tem se interessado bastante em produzir séries originais, abrindo espaço para diferentes artistas colocarem seus projetos em prática, independentemente do local onde vivem. Para ampliar o mercado europeu e abastecer um público que está carente de alguns tipos de série, a empresa produziu o primeiro produto audiovisual alemão da plataforma.

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Dark é a nova promessa no gênero de suspense e drama que mistura a tensão psicológica e sobrenatural. A série aborda a questão paradoxal de linhas do tempo que se interligam a um determinado espaço físico, as pessoas que o habitam e que inconscientemente participam ou fizeram parte da história em algum momento. Normalmente, é confuso pensar na temática sem compreender o contexto que a série está inserida, mas nesse caso, isso não importa; o que realmente interessa é a cena em que os personagens estão conectados. Para entender essa realidade é necessário assistir aos episódios de forma ininterrupta ou guardar muito bem a árvore genealógica e todos os detalhes na memória.

A premissa é a seguinte: várias crianças começam a desaparecer misteriosamente na Alemanha, mais especificamente na pequena cidade de Winden, conhecida por comportar uma grande usina de energia nuclear. A partir dai, acompanhamos a trajetória de quatro famílias que possuem ligações desde o passado e que vão sendo descobertas a cada episódio.

O seriado está sendo considerado a nova Stranger Things justamente pelo tema de mistério e a mistura de quatro gerações diferentes no elenco, mas apesar dessa semelhança, a sinopse é bem diferente e a proposta também está direcionada para outro viés. O tom é bem mais sombrio, maduro e não diminui a tensão para agradar um público mais jovem.

Por se tratar de uma série alemã, a preparação dos atores é bem diferente das atuações americanizadas que todos estão acostumados, tornando a relação dos membros da família um pouco estranha para culturas tão calorosas como a do Brasil. A frieza com que todos se relacionam chega a impressionar e mesmo as cenas mais tristes ou românticas não transmitem a dramaticidade que se é esperada.

Ainda nessa questão, existe um problema com os personagens, não com a construção de cada um e sim com as fases nos quais eles são apresentados. Por exemplo, as pessoas dessas quatro famílias vão se envolver em vários problemas derivados da mesma situação, ou seja, todos estão percorrendo o mesmo caminho de formas diferentes para encontrarem o X da questão no final. O conflito é que você vai acompanhar esses personagens no passado, presente e futuro e na maioria das vezes não vai dar para entender em qual linha temporal você está.

Outro ponto a ser discutido é o foco na trama central e em alguns personagens, enquanto outros não têm suas relações aprofundadas e ficam de plano de fundo para conflitos alheios. Espera-se que na próxima temporada, que ainda não foi confirmada, os criadores Baran bo Odar e Jantje Friese respondam as perguntas que foram criadas no último episódio e desenvolvam as questões existenciais dos coadjuvantes.


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