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"Color Rush" é um drama BL de qualidade, utilizando de um teor fantástico para criar um romance gay sólido e cheio de nuances e camadas.

“Color Rush” é um drama BL de qualidade, que utiliza de seu teor fantástico para estabelecer um romance gay sólido e cheio de singelas camadas.


“Azul possui as mais variadas tonalidades, sendo uma cor popular. Essas são as que vêm de objetos. Azul, verde azulado, azul água, azul celeste, ciano, cerúleo, azul pastel, azul pó, cinza-céu, azul marinho, menta, azul da Prússia, azul índigo, azul cobalto, safira, marinha. (…) Tenho certeza que tem mais, mas isso é tudo que consigo memorizar. (…) Pensar em você torna tudo mais fácil. Tudo que eu quero é ensinar as cores a você.”

 

OO que seria do seu mundo se você não pudesse ver as cores? Não estamos falando ser incapaz de enxergar verde ou vermelho, mas sim de ver tudo descolorido, em infinitos tons de cinza. A ideia de enxergar um mundo sem cores é a base que move a premissa de Color Rush, série de BL sul-coreana adaptada da web novel homônima de Se Sang.

 — Leia mais matérias envolvendo artistas e/ou audiovisuais asiáticos. 

DORAMAS
BL é a sigla para Boys’ Love (“Amor de Garotos“, em tradução livre), um sub-gênero dos famosos dramas asiáticos (Doramas), que vem cada vez ganhando mais adeptos no mundo ocidental. Este braço dramático foca, como diz seu nome, em histórias de drama e romance entre homens jovens, com produções tailandesas, vietnamitas, chinesas, filipinas, sul-coreanas e japonesas.

 

Infinitos Tons de Cinza

Produzido pela LINE TV e distribuído no Brasil gratuitamente pela Viki, streaming especializado em doramas, Color Rush apresenta ao telespectador um mundo que mistura  fantasia à nossa realidade.

No drama, uma parcela da população, conhecida como Mono, nasce com a incapacidade neurológica de ver as cores, enxergando um mundo em tons de cinza. Existe, no entanto, uma outra parcela populacional conhecida como Probe, pessoas que são conectadas com os Mono, gerando uma espécie de entrelaçamento cósmico que possibilita os monocromáticos de verem as cores presentes no mundo.

O mundo de Color Rush, no entanto, não é perfeito. Um Mono encontrar o seu Probe, além de raro, representa perigo, uma vez que o primeiro acaba ficando obcecado pela sua contra-parte. Com medo de nunca mais verem as cores, a obsessão por vezes resulta em situações de assassinato-suicídio.

Probe e Mono, respectivamente

Assim como muitos Monos, essa possibilidade faz com que Choi Yeon Woo (Yoo Jun) nunca queira encontrar seu Pobre, que o faz evitar estabelecer qualquer vínculo emocional com as pessoas – com excessão de sua tia, Yoo Yi Rang (Lee Min Ji). Mas ao mudar de escola pela centésima vez, Yeon Woo conhece o misterioso e mascarado Go Yoo Han (Heo Hyunjun), que será responsável por adicionar cores à sua paleta.

EX-IDOL
Hyunjun Hur é um antigo conhecido dos fãs de k-pop. Então conhecido como Hwall, o ator fazia parte do grupo THE BOYZ desde 2017. Em outubro de 2019, ele anunciou sua saída decorrente de problemas de saúde que o impediam de seguir com a rotina de idol.

 

Adrenalina de Cores

Adicionar Color Rush à lista de assistidos é uma surpresa positiva, mesmo que BLs sul-coreanos sejam conhecidos pelo seu enredo diferenciado e poder narrativo. Na história, Monos identificam seus Pobres ao olhar diretamente para seu rosto, causando um tipo de reação química que toma conta da visão Mono e introduz as cores ao cérebro – daí a o título da produção, que se traduz livremente para Adrenalina de Cores.

Exibida em oito episódios de 15 minutos cada, a série aproveita de seu teor fantasioso para apresentar uma história de tom gentil, arriscar um pouco nos efeitos visuais (como o psicodélico recurso visual da inundação de cores) e dar espaço para um protagonismo de cores.

Se por vezes podemos enxergar o mundo cinza de Yeon Woo através de seus próprios olhos (“branco, branco neve, cinza claro, cinza prateado, cinza iluminado pela lua, cinza cimento, cinza golfinho, cinza tubarão, cinza carvão e preto“), enxergamos-o também pelos nossos próprios olhos. Podemos então observar um uso inteligente de cores vibrantes em tela, como as peças de roupa de Yoo Han, com sua jaqueta amarelo-sol e a calça azul marinho.

Mesmo em seu curto espaço de tempo, Color Rush entrega um drama romântico sólido e que vai um pouco além, timidamente expandindo seu universo ao aprofundar na perigosa dinâmica Mono/Probe. Os noticiários, o mistério sobre o sumiço da mãe de Yeon Woo, a necessidade do segredo e do distanciamento emocional, e os medos e consequências do encontro entre essas duas pessoas apenas adicionam camadas interessantes ao BL, que deixa sua marca na indústria de dramas asiáticos e torna-se um favorito entre os fãs de doramas.

Yoo Jun e Hyunjun Hur trazem para a telinha um romance gay cheio de nuances. Por serem parte de um BL sul-coreano, o romance é apresentado através de conversas e gestos, deixando cenas mais “íntimas”, como um singelo beijo, para o episódio final – algo que muito conversa com o conservadorismo e tradicionalismo asiático.

A dupla de atores demonstra química em tela, instigando o espectador de Color Rush a acompanhar com proximidade a história de amor e rapidamente criar vínculos emocionais com ambos personagens. Ao mesmo tempo que queremos ver os dois desenvolverem o romance (em belas cenas como a visita à exposição sensorial), percebemos a apreensão na expectativa da possível perda de sanidade do personagem de Yoo Jun (como na sombria conversa que ele tem com seus amigos de sala).

Além de seu teor dramático (há uma cena-gatilho no sétimo episódio!), o seriado sul-coreano flerta bem com a atmosfera de suspense dos thrillers, adicionando situações de ansiedade e mistério. Ainda sobra espaço para o alívio cômico (a cargo do casal de amigos Jung Joo Haeng e Kim Min Jae), que não sobrecarregam o seriado e trazem respiro entre momentos de tensão ou romance.

Color Rush chega ao último capítulo fechando bem a sua narrativa e até mesmo gerando um pequeno plot twist. A única ponta solta que fica não causa tanto ruído para se tornar algo negativo, mas traz potencial suficiente para uma segunda temporada – que os fãs, como eu, pedem para acontecer – e a expansão de um fascinante universo de romance gay e misticismo.

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