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Na primeira metade da última temporada, "As Telefonistas" perde sua essência e conta histórias desinteressantes e previsíveis.

Na primeira metade da última temporada, “As Telefonistas” perde sua essência e conta histórias desinteressantes e previsíveis.


Nota da Colab: este texto contém spoilers.

 

AApós o final bem triste da quarta temporada de As Telefonistas, que partiu o coração dos fãs com a morte de uma das protagonistas, a última temporada chegou antes que estivéssemos prontos para dizer adeus. Talvez, por isso, a Netflix dividiu a temporada final em duas partes, para que ninguém sofresse muito de uma só vez.

A primeira parte, lançada dia 14 de fevereiro, contou com cinco episódios e se passa oito anos após a temporada anterior. Sofía (Denisse Peña), filha de Ángeles Vidal (Maggie Civantos), já crescida e morando em Nova York sob os cuidados de Lidia Aguilar (Blanca Suárez) e Francisco Gómez (Yon González), decide voltar à Espanha para lutar na Guerra Civil. Temendo pela vida da garota, Lidia também retorna e se une à Marga (Nadia de Santiago), Carlota (Ana Fernandéz) e Óscar (Ana Polvorosa) para tentar resgatar Sofía.

Todos os episódios de As Telefonistas giram em torno da Guerra Civil Espanhola e a busca por Sofía, saindo completamente da temática inicial. Parece que toda a questão de luta por direitos iguais e emancipação das mulheres foi deixada de lado. Assim, a quinta temporada segue arrastada, sem causar qualquer empolgação, e com situações e diálogos bem previsíveis.

Ainda que a Guerra Civil Espanhola possa vir a ser um tema interessante para uma série, esta não era a proposta inicial de As Telefonistas. A companhia telefônica, que anteriormente foi o cenário principal, já quase não existe mais. Todos os personagens estão, de alguma maneira, envolvidos com o evento histórico, tornando impossível a criação de situações fora deste contexto.

Além da mudança da temática, a produção espanhola não explica muito bem o que aconteceu com o elenco principal nos anos que se passaram entre a quarta e quinta temporadas. O que Lidia e Francisco fazem em Nova York? Como estaria o relacionamento dos dois? Óscar e Carlota, que ao final da quarta temporada pareciam estar tentando construir uma nova vida em outro lugar, retornam à Madri e trabalham junto com um jornalista americano, mas como isso aconteceu? Como está a vida profissional de Marga? Estas são apenas algumas perguntas que ficam sem resposta. No curso da série, o roteiro se mostra cheio de furos e não consegue responder perguntas que constantemente pairam no ar.

Os cinco episódios mostram, claramente, que o seriado já deveria ter sido finalizado. Mas não se pode, é claro, tirar seu valor. As Telefonistas, no seu início, abordou pautas muito interessantes, como transexualidade, bissexualidade, violência doméstica, divórcio, aborto e desigualdades de gênero. Agora, ainda que tenha personagens fortes, traz episódios sem graça e que não condizem com as histórias da estreia.

A segunda parte da última temporada de As Telefonistas deve ser lançada ainda este ano, mas ainda não tem uma data definida. Esperamos que esses episódios finais não destruam ainda mais a série.

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