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Uma busca pela juventude

[tempo de leitura: 3 minutos]

“Amigos da Faculdade” toma uma novo rumo na sua segunda temporada, mas ainda traz seus personagens em busca do sonho de retorno à juventude.


A série Amigos da Faculdade, da Netflix, estreou sua segunda temporada dia 11 de janeiro e trouxe consigo mudanças em seus personagens e seu enredo. Criada por Nicholas Stoller e Francesca Delbanco, a comédia recebeu inúmeras críticas em relação ao seu elenco e sua proposta. O show, como o título já insinua, acompanha o reencontro de seis amigos da faculdade que começaram a morar na mesma cidade vinte anos depois de se formarem. Ethan (Keegan-Michael Key), Lisa (Cobie Smulders), Sam (Annie Parisse), Max (Fred Savage), Nick (Nat Faxon) e Marianne (Jae Suh Park) estão enfrentando os seus quarenta anos e tentam voltar a amizade.

Os amigos, formados em Harvard, são pessoas adultas e com vidas muito diferentes, mas quando estão juntos se sentem nostálgicos e agem como se estivessem com vinte anos e na faculdade: são inconsequentes, fazem vozes infantis, brincadeiras inconvenientes e até ações imorais. É justamente dai que vem a maior crítica à Amigos da Faculdade: por mais que conte com um ótimo elenco, a série não consegue explorar bem das oportunidades cômicas das antigas amizades. O humor é trabalhado de uma forma repetitiva, abordando situações em que adultos de quarenta anos agem como universitários sem perceber ou se importar muito com as vergonhas e as atrapalhadas que passam. Os personagens não são aprofundados durante a trama, parecendo figuras jogadas ali de forma desconexa para forçar este humor.

A primeira temporada de Amigos da Faculdade tenta, por exemplo, mostrar e valorizar o quão algumas amizades do grupo acabam se tornando tóxicas. O telespectador precisa lidar com personagens que cometem decisões erradas e tem ações infantis – tudo isso, sem conseguir entender a motivação por cada ato e sem o reconhecimento dos personagens pelos erros cometidos. Por isso, Nick, que sempre foi imaturo, se torna o personagem mais autêntico da série, uma vez que não se comporta como o estereótipo de universitário apenas quando os amigo estão juntos, mas sim porque sua personalidade é naturalmente dessa forma.

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Da esquerda pra direita: Sam (Annie Parisse), Nick (Nat Faxon), Ethan (Keegan-Michael Key), Lisa (Cobie Smulders), Marianne (Jae W. Suh), Max (Fred Savage) e Felix (Billy Eichner)

Com as subtramas envolvendo cada uma das personagens e uma malha de muitos acontecimentos, os conflitos se tornam cada vez mais insustentáveis dentro do grupo. Muitos se sentem desconfortáveis pelas atitudes de alguns, outros tentam fingir que aceitam e acham natural agirem sem responsabilidade quando estão juntos. Mesmo se tratando de uma comédia, o que atrai o público em sua segunda temporada é a posição e as ações dos personagens perante o desenrolar dos conflitos. Por mais que os conflitos, traições, ressentimentos e raiva do grupo continue aumentando a cada episódio, a reação despreocupada e a insistência deles de permanecerem juntos criam um clima diferente da primeira temporada: mais íntimo e confortável.

A segunda temporada da série tenta criar um humor mais leve e menos repetitivo, mudando a posição de alguns personagens. Os seis amigos refletem um humor que não se repete, e mesmo quando as brincadeiras e situações inusitadas entre eles continua, o desenrolar é diferente. O enredo diversifica o humor e cria uma nova visão: a busca pela juventude não acabou, mas tomou um rumo diferente.

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Por mais que Amigos da Faculdade decepcione alguns como comédia, ela encanta outros pela sua história simples de reencontro que envolve confusões e conflitos entre um grupo de amigos que os criam sem perceber ou saber o motivo. A razão de tudo isso pode ser, talvez, por conta apenas das ações inconsequentes, infantis e imorais dos personagens, ou por causa da vontade, nostalgia e busca pela juventude.


tem 18 anos. escorpiana viciada café e amante de gatos. estuda jornalismo na Unesp e escreve muito desde que se entende por gente. tem um jeito doce mas gosta de boteco e de cerveja de garrafa. escuta mais MPB e pagode do que a voz da razão.

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