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"13 Reasons Why" estreia uma segunda temporada em sobre-vida, com arcos mais leves e cada vez mais determinada em chocar o público.

“13 Reasons Why” estreia uma segunda temporada em sobre-vida, com arcos mais leves e cada vez mais determinada em chocar o público.


Nota da Colab: este texto contém spoilers.

 

DDesde sua estreia, 13 Reasons Why se mostrou como o tipo de série “ame ou odeie”, principalmente pelos conteúdos que buscou abordar (bullying, depressão, suicídio). Com a chegada da segunda temporada, no dia 18 de maio, essa característica voltou ainda mais forte, somada a um sentimento que grande parte dos telespectadores compartilhavam com o anúncio de um novo ano: a falta de necessidade. Mas a série, adaptada do livro homônimo de Jay Asher e produzida pela Netflix, é vítima do próprio sucesso, o que deu aos envolvidos o desafio de quais decisões tomar para dar continuidade à história de Hannah Baker (Katherine Langford) de uma forma satisfatória.

https://www.youtube.com/watch?v=qvWpoDTAYjM

A história da segunda temporada gira em torno do processo aberto pela mãe de Hannah, Olivia Baker (Kate Walsh), após o suicídio de sua filha, alegando negligência por parte da escola, diante do bullying do qual a garota era vítima. Assim, Olívia Baker é um dos destaques da temporada, estando mais presente e, mesmo que muito fragilizada, lutando para conseguir justiça pela filha e em busca de alento dando atenção à alguns dos colegas de Hannah.

Os episódios de 13 Reasons Why mostram como cada um dos personagens seguem com suas respectivas vidas após a morte da garota, assim como os efeitos resultados do ato. Porém, mesmo morta, a jovem ainda está presente ao longo dos episódios. Em flashbacks e aparições para Clay (Dylan Minette), Langford aparece com uma atuação impecável. O garoto, por sua vez, passa por um momento muito conturbado após a perda de sua amada e tenta a todo custo superar sua ausência. Clay chega a engatar um romance com Skye (Sosie Bacon), mas não consegue parar de pensar em Hannah e começa a vê-la em todos os lugares.

Bem no estilo “Ghost: Do Outro Lado da Vida”, Clay pode ver e interagir com fantasma de Hannah, mas também é o único que consegue realizar tal faceta

A narrativa preenche todas as lacunas deixadas anteriormente, trazendo outra versão dos fatos. No tribunal, cada personagem cita suas vivências com Hannah, o que mostra mais sobre eles mesmos e revela muitos segredos. Na primeira temporada, a grande revelação vinha das fitas K7 deixadas pela garota, agora Clay recebe intrigantes fotos polaroids que revelam um mistério e cada vez mais, anseia que seja feita justiça por sua amiga.

Os novos treze episódios, que se divide entre momentos de fortes emoções e monotonia, dá a chance para novos personagens brilharem, como aqueles que ficavam em segundo plano na temporada anterior de 13 Reasons Why. Destaque para Jéssica (Alisha Boe), que dessa vez vem ainda muito fragilizada, mas recebe o apoio dos amigos e toma frente da luta para fazer seu agressor ser punido. A garota também protagoniza umas das cenas mais impactante da temporada, onde ela e outras mulheres, incluindo a própria Hannah, relatam casos reais de abuso sexual.

Jéssica, como mostrado na primeira temporada, foi vítima de abuso sexual, assim como Hannah, tendo a oportunidade, agora, de ser resiliente e contar sua história

O público se divide entre quem acha a série necessária e quem não. Independente de conclusões,  13 Reasons Why precisa ser vista com critério e cautela, principalmente por aqueles que já passaram por alguma das situações abordadas ao longo da narrativa. Apesar de ser inegavelmente um gatilho, a série pode ser uma forma de sensibilizar, conscientizar e educar pessoas que estão aquém dessas questões. Desta forma, a série se comprometeu em colocar, antes dos episódios, anúncios que alertam sobre o conteúdo provocativo da série, além de fazer os próprios atores aparecerem em uma chamada que incentiva os telespectadores a procurar ajuda em casos de abalos psicológicos e/ou emocionais, uma importante ação de prevenção que se faz muito necessária diante do teor das cenas mais fortes ao longo de toda a narrativa.

Apesar de trazer uma temporada mais “leve” do que a anterior,  13 Reasons Why traz muita emoção, adrenalina e ainda conta com cenas muito impactantes, mostrando cada vez mais que esta é uma série feita para chocar o público. O pano de fundo ainda é o suicídio, mas dessa vez outros temas também estão em voga, como os transtornos psicológicos, massacres e o uso de drogas, e tem o abuso sexual como assunto principal.

Se tratando de  13 Reasons Why, sempre existirá o dedo na ferida. Os temas são fortes, a mensagem é chocante e sempre existirão muitas discussões, tanto para o lado positivo, quanto para o lado negativo. A narrativa não nos dá um final feliz, mas tem um potencial muito grande de despertar a empatia e indignação de quem assiste, uma espécie da chamada à realidade.

A série trouxe uma segunda temporada mais fraca, uma vez que retoma uma situação que já ficou encerrada ao fim da primeira. A expectativa para uma terceira temporada que responda às questões deixadas no fim da segunda é grande, mas, se houver confirmação, desta vez Hannah Baker não retorna.


O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email, chat e voip 24 horas todos os dias.

Atendimento pelo número 188 ou no site https://www.cvv.org.br/


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