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De olhos abertos para a evolução de Sabrina Carpenter

Sabrina Carpenter termina 2018 lançando seu segundo álbum, “Singular: Act I”, mostrando amadurecimento e focando em uma estética rebuscada.


A trajetória da Disney é marcada por revelar jovens talentos da música e da atuação em seus programas infantis e para o público jovem-adulto. Dentre nomes como Miley Cyrus, Selena Gomez e Demi Lovato, temos atualmente uma nova artista que resulta da criação tutelar do estúdio de Mickey Mouse: Sabrina Carpenter. Apesar de ter contato com a música desde bem nova, a artista começou sua atividade na emissora ao ficar em terceira posição do concurso The Next Miley Cyrus Project, ganhando espaço e dublando animações como Princesinha Sofia (2013), além de pequenas participações em séries de outras emissoras.

Em Garota Conhece o Mundo (2014-2017), continuação de O Mundo é dos Jovens (1993-2000), Sabrina viveu seu primeiro papel importante como Maya Hart, confidente e melhor amiga de Riley Matthews. A rebeldia de sua personagem acabou ganhando maior atenção do público, que também amava a irreverência, carisma e humor da personagem que saiu de coadjuvante para coprotagonista. Quando a série chegou ao final, Sabrina continuou atuando em alguns filmes, mas se permitiu dividir com o mundo o seu talento musical.

Em 2015, na sua primeira era, Eyes Wide Open, a cantora se mostrou uma garotinha sonhadora, característica que lembra bastante as canções de Hannah Montana – sendo exatamente o que a Disney tanto procurava ao criar o projeto em busca da nova Miley. O álbum de estreia de Sabrina carrega músicas com letras motivadoras, típicas de quem está vivendo a adolescência e suas descobertas. Apesar de muito nova, ela sempre esbanjou talento.

Já no segundo álbum, EVOLution (2016), sem largar o encanto e a pegada adolescente, Sabrina se apresenta um pouco mais madura e deu ao projeto uma característica mais subjetiva, já que começou a participar da composição das músicas. É perceptível em suas canções, amores, desamores e críticas sociais. O álbum foi um grande destaque e a trouxe um pouco mais visível para o mundo, passando pelo Brasil em 2017 abrindo shows da Ariana Grande durante a turnê de Dangerous Woman.

Hoje em dia, sua carreira é bem balanceada entre a música e o universo cinematográfico. A jovem protagonizará The Short History of the Long Road, longa-metragem previsto para lançar em 2019, e participou de O Ódio Que Você Semeia (2018), filme protagonizado por Amandla Stenberg que estreia no Brasil em dezembro. Fora isso, Carpenter se mantem focada em divulgar seu projeto mais recente.

 

ACT I

Quando anunciou seu novo projeto, Sabrina lançou um trailer que se passa dentro de um museu, em que ela caminha entre as obras, olhando uma por uma. De repente, aparece numa sala clara, andando entre as estatuas sem cores, cruzando olhares com elas, num elegante vestido vermelho. Por fim, é revelado que ela é uma obra do museu, em cima de um patamar, dando a entender que Singular se trata completamente de uma obra sobre ela – e esta é a singularidade do disco.

Singular: Act I chegou para o público no dia 9 de novembro, cujo título levanta a probabilidade de um segundo ato para completar a obra que contem apenas oito faixas. A coletânea traz a ideia de teatralidade e classe, misturando o contemporâneo e o clássico. A composição, musical e visual, são bastante pessoais e singulares, fazendo jus ao nome.

A artista participou do processo de criação de todas as composições, dando aspecto completamente autêntico, independente e sincero para o projeto. A pegada visual é bastante madura, já não se vê mais a garotinha sonhadora da Disney, e sim uma menina se transformando em mulher e mostrando ao mundo um pouco de quem tem se tornado. Sua vontade é de se apaixonar, mesmo sabendo os riscos que o amor proporciona. Terninho e gravata, vestido chique e cores vibrantes caracterizam o primeiro ato como elegante.

O conceito remete os museus europeus, com estatuas renascentistas aparecendo no encarte e no clipe do lead single Almost Love, lançados em julho. De cara, a primeira faixa do disco, entrega qual seria a singularidade do álbum. O pop dançante e animado rendeu uma coreografia para o vídeo oficial, algo incomum nos projetos de Sabrina. Almost Love fala sobre uma relação sem compromisso, sem preocupações que poderia ser amor.

A segunda faixa do álbum é Paris, com uma letra cantada de forma suave, falando sobre o amor da artista pela capital francesa, em um clima de paixão e a capacidade inerente de despertar amores que a cidade proporciona, mesmo que a artista esteja lutando contra o sentimento. Carpenter surpreende com o trecho falado em francês, reforçando a pegada europeia que o álbum carrega. A música é a segunda divulgada, com um vídeo não oficial para os propósitos de divulgação.

Na sequência, Hold Tight conta com o featuring de UHMEER, rapper que iniciou a carreira recentemente e é amigo próximo de Sabrina, frutos da série Garota Conhece o Mundo. A canção tem ritmo e letra sensuais, outra característica inédita para Sabrina, mais uma vez mostrando seu amadurecimento não só como artista, mas como mulher.

 

“I just want that hand hold, with the sweat in the metal
Running down, or when I feel alone and I’m feeling gone
You can touch it a lil’, hit me underneath the covers
Color where your body weed and real
Take you to Bahamas, sleeping through the sun
Soaking on that silence, now I’m in the air
Telling you baby to listen, not just

(Wanna keep you in, wanna keep you in, babe
Wanna feel your skin, wanna feel it in right)”

 

Sue Me, a quarta faixa e atual single, é uma das mais amadas pelos fãs. A música ganhou um vídeo vertical disponível em preto e branco na plataforma Spotify, onde Sabrina aparece de terno e gravata. A letra é totalmente auto astral e remete ao amor próprio e superação do fim de um relacionamento, onde ela diz “Me processe por estar tão bonita esta noite” e quebra os padrões ao escolher uma roupa caracterizada como masculino pela sociedade.

Quebrando o ritmo, Prfct é a mais lenta, trazendo uma letra que reforça a ideia de querer encontrar um amor e lidar com seus altos e baixos. Ela se contradiz, falando como pode ser perfeito e imperfeito ao mesmo tempo ter alguém para amar. Bad Time volta com a batida mais agitada que compõe Act I, mas com uma essência pautada no desapego, em que a artista deixa a sensibilidade de lado, e mostra que também pode ser indiferente – dessa vez não tem lugar para a paixão.

Mona Lisa, a penúltima faixa do álbum, volta com a vontade de descobrir um amor e com uma cantora pronta para isso, mas dessa vez ela não quer perder tempo, estando impaciente. Por último, Diamonds Are Forever é uma surpresa agradável relembrando as baladas dos anos 60. A oitava faixa é um ótimo encerramento para o primeiro ato, sendo um hino para a autoestima onde ela compara seu valor e raridade com as características de um diamante, e que nada pode comprá-la.

Por trás de todo o conceito, é perceptível que Sabrina é apenas uma jovem como qualquer outra. Ela nos entrega suas multifaces mostrando um pouco de cada sentimento, sua sensibilidade, o descaso, paixão e impaciência. Deixou para trás a ideia de que a vida é como um conto de fadas, mas permanece sonhando e exibe seu lado humano. A artista talvez não seja a Miley Cyrus que a Disney procurou, mas nos provou que é talentosa, versátil e, porque não, uma ótima Sabrina Carpenter.


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