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Com "ALPHA", CL não deixa espaço para qualquer dúvida sobre seus talentos, em um trabalho musical arrojado do início ao fim.

Com “ALPHA”, CL não deixa espaço para qualquer dúvida sobre seus talentos, em um trabalho musical arrojado do início ao fim.


ÉÉ quase impossível imaginar que um nome tão pequeno quanto CL possa resguardar tanto poder e força quanto a pessoa que o carrega. Mas, a partir do momento em que o público toma conhecimento de sua personalidade, é igualmente impossível não esperar uma grandiosidade como ALPHA, seu álbum de estreia.

Prometido por quase oito anos, o disco é o primeiro álbum completo lançado pela cantora sul-coreana, batizada Lee Chae-rin. Integrante da ex-girlgroup de K-pop 2NE1, CL fez história ao lado de suas outras três parceiras (Park Bom, DARA e MINZY) ajudando a moldar o cenário da música pop coreana ao longo dos sete anos em que ficaram juntas.

Agora, A Fêmea Fodona segue sua própria jornada em meio a cancelamentos e adiamentos, mantendo seus fãs, conhecidos como Cherry, alimentados com lançamentos pontuais que flertam com diferentes partes da personalidade artística da cantora. Ela, que começou com o hit The Baddest Female e trouxe ao mundo singles soltos como Hello Bitches e Lifted, além do EP de transição In The Name Of Love, finalmente traz à luz do dia o compilado há muito prometido.

 

Cereja do Bolo

A verdade é uma só: ninguém faz como CL. Mesmo que a cantora não tenha passado os últimos anos no topo, seus anos como parte do 2NE1 e os primeiros lançamentos solos já garantiram à artista um lugar confortável no Hall da Fama da música coreana. As pessoas sabem quem ela é, e a respeitam. E o seu talento está aí para provar.

ALPHA é um exemplo perfeito da genialidade por trás de uma frasco de apenas 1,63 de altura. PopR&B, eletrônica, hip-hop dance compõe o álbum de alguém que sabe muito bem que mensagem quer passar. CL é muito clara quanto ao seu propósito, evidenciado pelos versos de Tie A Cherry, single lançado simultaneamente ao disco: “Estou aqui há tempo suficiente para saber o que eu gosto / (…) Mão no meu peito, estou voando / Ninguém pode ver o que eu vejo“.

O título do disco, que remete àquela ideia de “macho alfa”, subverte a persona para a imagem de uma mulher coreana que ama suas raízes, sua cultura e a música. Não se deixando amarrar apenas um gênero, CL brinca com diferentes tons para entregar uma personalidade única e que dificilmente será replicada com êxito. Não só isso, mas ela ainda mostra ao mundo que ela não é apenas “a rapper do 2NE1“, em músicas que exploram o poder de seus vocais facilmente reconhecíveis (5 STAR, Xai, e Let It).

Olhando para um ano atrás, quando as promoções do disco começaram com o lançamento de +HWA+, é possível traçar um caminho claro que não se perdeu ao longo desses 365 dias. A então-Title é uma faixa poderosa que avisa ao mundo que a auto-intitulada rosa-de-sarom (a flor nacional da Coreia do Sul) está aqui — agora independente — e que, também, você não pode se esconder dela. Linha narrativa que é retomada quando as promoções para o disco recomeçam, com a hipnotizante e corajosa SPICY, que volta a colocar a cultura asiática como centro e protagonista.

Assim, o que torna o ALPHA tão hipnotizante é um balanço entre uma CL divertida, uma CL consciente, uma CL confiante e uma CL apaixonada.

 

Roupas Contam História

A jornada é também marcada por um outro ponto artístico muito presente na artisticidade de CL: a moda. ALPHA não é apenas uma viagem pelos pensamentos e musicalidade da cantora, mas também por sua paixão pelas roupas e pelo poder que elas tem de contar histórias.

Todos os seis videoclipes lançados até agora são influenciados por um lado visual de tirar o fôlego, capazes de expandir a narrativa de sua própria forma. Em Tie A Cherry, por exemplo, a moda de CL parece relembram o status de realeza que ela carrega dentro do K-pop em roupas extravagantes e inspiradas pelo movimento avant-garde.

Para unir-se as roupas, cores também são importante aliadas da apresentação do ALPHA. Assim, moda e uma paleta vibrante, ousada e viva se mesclam em um deleite visual, como na apresentação de +HWA+ no James Corden, nos clipes de SPICY e Lover Like Me, e no Live Performance Video do disco.

 

Feita Na Coreia

Acredito que, ao final de tudo, ALPHA não só é um resultado do trabalho de CL, mas também de sua cultura. É visivelmente perceptível como o K-pop se preocupa com estética e visual, sendo traduzido das mais diversas formas para os mais diversos grupos e artistas. Porém, há algo bastante único no que a artista propõe aqui. É claro que ela está fazendo a sua própria onda, ditando suas próprias regras e deixando o mercado seguir ela.

ALPHA é o trabalho de quase uma década, e que facilmente se paga pelo o que chega ao público. CL sabe o que quer e quem ela é, tendo controle sobre o seu próprio poder e a forma como moldá-lo através de sons, roupas, cores, rimas e carisma. E ao pararmos para acompanhá-la de perto, é inteiramente compreensível de onde vem a auto-estima para tantas auto-intitulações. Ela de fato é a rosa-de-sarom mais fodona do mercado.

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