fbpx
"Um Pequeno Favor" é estrelado pro Anna Kendrick e Blake Lively em uma película que mescla um pouco de comédia e thriller para desvendar antigos segredos.

“Um Pequeno Favor” é estrelado pro Anna Kendrick e Blake Lively em uma película que mescla um pouco de comédia e thriller para desvendar antigos segredos.


A trama central do filme Um Pequeno Favor (2018) surge da mistura do inocente com o inesperado. A história do longa apresenta duas mães que se conheceram através de seus filhos, que frequentam a mesma escola, dando início a uma amizade um tanto quanto atípica. Enquanto Stephanie Smothers (Anna Kendrick) é vlogueira (seu público alvo são as donas de casa), hiperativa e bastante perfeccionista, a personalidade de Emily Nelson (Blake Lively) vai em uma via contrário, com a personagem sendo uma executiva sensual, sem papas na língua e que tem um ar misterioso.

Apesar de todas essas diferença, logo as duas se tornam amigas e confidentes, passando a compartilhar seus segredos mais obscuros enquanto tomam um pouco de dry martinis. Um dia, Emily resolve pedir um pequeno favor para sua amiga, perguntando se Stephanie poderia cuidar de seu filho após a escola, já que ela ficaria presa em uma longa reunião. O que pode acontecer de errado? O problema acontece quando Emily não retorna no final do dia, de forma que Stephanie se vê obrigada a procurar por ela e descobrir o motivo de tanta demora. É, no meio dessa breve busca, que a amizade delas é colocada em cheque.

Inspirado no livro homônimo de Darcey Bell, a roteirista Jessica Sharzer foi a responsável por fazer essa adaptação das páginas para as telas. Um grande acerto são os diálogos ácidos e as contradições, uma vez que o longa mescla momentos do presente com os flashbacks de relatos dos personagens, que revelam o oposto do que dizem. Sempre que isso acontece, o público fica com a pulga atrás da orelha. Quem será que está mentindo?

Tanto Anna Kendrick quanto Blake Lively se destacaram no quesito da atuação. Kendrick parece ter nascido para viver Stephanie, uma vez que o papel combina bastante com sua personalidade, o que traz uma grande veracidade à personagem (ela consegue fazer você querer se inscrever em seu canal no YouTube que, infelizmente, não existe). Já Lively fica simplesmente deslumbrante com o figurino, que contribuiu muito para a criação do ar misterioso e sedutor de sua personagem. Além disso, em alguns momentos, ela consegue ser hilária e ameaçadora ao mesmo tempo.

O diretor de Um Pequeno Favor, Paul Feig, é conhecido popularmente por fazer filmes de comédia como A Espiã Que Sabia de Menos (2015), As Bem Armadas (2013) e Missão Madrinha de Casamento (2011). Mas, em seu atual trabalho, é possível identificar um tom sarcástico e até mesmo um pouco sombrio. Contudo, apesar de apresentar algumas características de um thriller, o diretor acaba construindo uma comédia que ri das piores situações e que consegue encontrar certa leveza.

Por mais que não seja o objetivo principal de Um Pequeno Favor, a película consegue criar um diálogo com o público feminino. Por meio da relação entre Stephanie e Emily, Feig tenta abordar temas como a independência, a força feminina, a inteligência e até mesmo a autoaceitação, mesmo que isso tenha resultado na reprodução de alguns estereótipos. De uma forma geral, o longa é uma surpresa agradável que se sustenta graças as ótimas atuações de Anna Kendrick e Blake Lively, unidos a um roteiro capaz de gerar suspense no público e a maneira inesperada que a trama se desenvolve, que torna a película tão marcante.


Compartilhe

Twitter
Facebook
WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Pocket
relacionados

outras matérias da revista

Televisão
Carolina Cassese

À amizade

“O Método Kominsky” aposta em Michael Douglas e Alan Arkin para pontuar assuntos ligados à terceira idade, em uma comédia indicada a premiações de peso. – Você está devendo o imposto de renda, Sandy! Achou que o governo se esqueceria de você? – Pergunta Norman. – É possível, sim. Hollywood esqueceu. – Responde Sandy. – U$300.000! É muito dinheiro. – Vou te devolver tudo. Faremos um plano de U$1.000 por mês. – Matemática não é o seu forte, né? Isso dá 25 anos! Sabe o quão velho eu estarei daqui a 25 anos? Morto! – Ok. E se eu te

Leia a matéria »
Crítica
João Dicker

Crítica: “Assunto de Família”

“Assunto de Família” entrega uma impactante história, aprofundando-se na intimidade de uma família para explorar e questionar os limites dessas relações. A filmografia de Hirokazu Koreeda tem mostrado que as relações familiares são mais do que um tema para seu cinema, mas sim um meio. O cineasta japonês, responsável por outros ótimos trabalhos recentes que chegaram a ser exibidos no Brasil como O Que Eu Mais Desejo (2011), Pais e Filhos (2013) e Depois da Tempestade (2016), vem trabalhando de forma recorrente com os detalhes mais simples de um núcleo familiar, mas explorando-os com profundidade e usando-os como forma de desnudar valores

Leia a matéria »
Back To Top