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“O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos” ganha uma nova vida nas mãos da Disney, que volta a contar a clássico história do Quebra-Nozes.


A história do Quebra-Nozes é muito famosa ao redor do mundo, seja por conta do romance O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos (1816), escrito por Ernest Theodor Amadeus Hoffmann, ou pelo cultuado ballet de Tchaikovsky, que estreou em 18 de dezembro de 1892 no Teatro Mariinsky, em St. Petersburg, Rússia. No cinema, o Quebra-Nozes já foi explorado em diversas adaptações ao longo dos anos: Nutcracker Fantasy (1979), O Príncipe Encantado (1990), O Quebra-Nozes (1993), Barbie em O Quebra-Nozes (2001) e O Quebra-Nozes: A História Que Ninguém Contou (2009). Agora, em novembro, chegou aos cinemas a mais nova adaptação: O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos, dirigido pela dupla Lasse Hallström e Joe Johnston. E como de costume, sob a tutela da Disney, o filme transmite toda a magia e encantamento presente nessa história.

A  trama se passa na véspera de Natal, em que somos apresentados a Clara (Mackenzie Foy) e sua família. Em tese, o Natal é uma das épocas mais mágicas e alegres do ano, mas esse sentimento de felicidade não predomina na família da jovem garota, que sofre com a morte recente da mãe de Clara. E ao receber os presentes deixados por sua mãe, Clara se surpreende com as escolhas: sua irmã ganha um belíssimo vestido, seu irmão ganha alguns soldadinhos de chumbo, enquanto ela ganha uma caixinha musical, mas sem chave para abrir.

A noite de Natal da família de Clara é comemorada na mansão de Drosselmeyer (Morgan Freeman), o padrinho da menina e personagem essencial para ajudá-la a desvendar o mistério da chave. Ao seguir as pistas do presente escondido por Drosselmeyer, Clara acaba descobrindo um mundo de fantasia completamente deslumbrante, onde ela encontra Phillip Hoffman, o Quebra-Nozes (Jayden Fowora-Knight), e ainda descobre que sua mãe era a rainha do local conhecido Quatro Reinos, de forma que ela é a herdeira de tudo.

Ao lado do Quebra-Nozes, Clara é apresentada aos Reinos

 

Os Quatros Reinos são formados pelo Reino dos Doces, o Reino das Neves, o Reino das Flores e o Quarto Reino, que é um pouco assustador e misterioso. Clara, instruída por Sugar Plum (Keira Knightley), passa a ter a missão de manter a paz entre os quatro lugares, que é colocado em risco pela ação da temida Mother Ginger (Helen Mirren) e pelo Rei dos Camundongos.

De alguns anos para cá, é possível perceber que cada vez mais a Disney vem investindo em live-actions. Só nos últimos cinco anos, o estúdio lançou Oz: Mágico e Poderoso (2013), Malévola (2014), Cinderela (2015), Alice Através do Espelho (2016), Mogli: O Menino Lobo (2016),  A Bela e a Fera (2017) e Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível (2018) – isso sem contar os que estão sendo previstos para os próximos anos. É possível perceber que a fórmula utilizada nos filmes é um pouco batida, sendo comprovado em O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos, cujo roteiro é falho e repleto de clichês.

Sugar Plum é a principal aliada de Clara nos Quatro Reinos

Por mais que o nome do filme seja O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos, os reinos são abordados de maneira rápida, superficial e são pouco explorados. Além disso, não é revelado muito sobre esse mundo mágico, ou sobre como a morte da mãe de Clara afetou a situação da região. Porém, apesar da falta de detalhes e explicações, a construção visual ficou simplesmente bela e encantadora, que fica a cargo do diretor de arte Guy Hendrix Dyas. Algo que surpreende na trama é a inserção de uma cena de balé, mas que apresenta de forma bem superficial a história da mãe de Clara e os quatro reinos. Essa é uma parte impactante do filme, que rendeu alguns dos planos mais memoráveis do longa. Quando se faz uma adaptação de O Quebra-Nozes, o que não pode faltar é o balé.

A protagonista do filme, Mackenzie Foy, conhecida por ter interpretado a filha de Bella e Edward em A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2 (2012), entrega uma personagem bastante consistente e carismática, mas não vai muito além do roteiro. Apesar de seu grande talento, Helen Mirren não teve muita oportunidade de brilhar no papel de Mother Ginger, diferente do que acontece com a Sugar Plum de Keira Knightley. A caracterização da personagem é simplesmente impecável e a atriz ainda faz um sotaque único e diferente; a ideia que passa é que Sugar Plum é tão delicada quanto o seu reino. Em uma entrevista à Entertainment Weekly, Knightley contou um pouco da sua inspiração para compor a personagem: “A única coisa que eu preciso acertar na Fada Plum é açúcar e doce, então talvez a voz precise ir lá em cima e encontrar esse motiff musical. Ela tem a voz aguda, então é bem doce. Isso tudo veio de assistir ao ballet”.

A atriz Helen Mirren dá vida à vilã Mother Ginger

Apesar das falhas no roteiro e o uso de uma fórmula que já está um pouco batida, não se pode negar a capacidade que O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos têm de encantar o público. Com cenários deslumbrantes, caracterização impecável e detalhada, a impressão é de que você está presente em um mundo completamente mágico. Trata-se de uma experiência encantadora, perfeita para essa época natalina.


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