fbpx
Celebrando 30 anos de lançamento, "A Bela e a Fera" segue como um dos filmes identitários e memoráveis da Disney.

Celebrando 30 anos de lançamento, “A Bela e a Fera” segue como um dos filmes identitários e memoráveis da Disney.


AA jovem humilde que se apaixona por uma Fera e ajuda a quebrar o feitiço do castelo, sempre foi consagrada por tamanhas qualidades técnicas em sua animação. Vencedora do Oscar de Melhor Trilha Sonora e de prêmios no Globo de Ouro (Melhor Filme Cômico e Melhor Trilha Sonora), o longa também se destacou na era da “Renascença Disney”, um período em que a empresa conseguiu melhor faturamento tanto em bilheteria como crítica, baseado em  histórias clássicas como: A Pequena Sereia, Corcunda de Notre Dame, Hercules e Mulan.

O conto original surgiu por volta do século XVIII em uma publicação anônima de Gabrielle Suzanne que, em 1740, publicou em um jornal francês voltado para contos a história clássica que viria a ser adquirida pela Disney somente no ano de 1991.

 

RELEMBRANDO A HISTÓRIA

A trama nos apresenta a um lindo príncipe que fora amaldiçoado por uma feiticeira, sendo transformado em uma besta horripilante por toda sua vida. A solução que quebraria o feitiço e faria o homem voltar a ser bonito como antes: o encontro do amor verdadeiro e de sua retribuição. Quando a jovem Bela, uma camponesa inteligente e afeita a leitura tenta resgatar seu pai (que está preso no castelo da Fera), ela se oferece como prisioneira como solução para a liberdade de seu pai e passa a desenvolver uma relação com a Fera que se desdobrará em acontecimentos mágicos.

Em meio a um contexto típico de uma vila europeia antiga, Bela tem um papel primordial na narrativa por conseguir confrontar diretamente Gaston (o personagem típico do homem masculino durão). Outro ótimo ponto da narrativa é como a dupla de personagens do título se complementam em toda as suas diferenças: no início a relação de inimigos, em que um não suporta o outro, até o momento em que a besta salva a garota de um iminente ataque de lobos. Nesse momento, há uma ruptura: a relação que antes era de competição, agora começa a ser de igualdade, construção e, principalmente, de aprendizado.

Voltando um pouco em Gaston, aqui é interessante em sua construção que ele que se mostra o vilão de toda a sua trama. Ao ver que o pai da jovem praticamente enlouqueceu por achar que a Fera quer mal a Bela, acaba criando um movimento para salvar a garota e fazer com que ela se case com ele. Existe aqui outra ruptura: se durante a animação notamos que a Fera aprende a ser educada e gentil mesmo sendo uma criatura feia, aqui vemos o contrário, Gaston o mais charmoso galã da vila é que se mostra o grande rival, tanto de Bela, como de Fera.

 

UMA NARRATIVA CANTADA

Como sempre foi de tradição das animações Disney, as músicas fazem parte da narrativa de forma orgânica e magistral. Sem dúvida a trilha sonora também é algo que se destaca em Bela e a Fera, com uma menção honrosa para “Sentimentos” na clássica valsa das personagens – cena qual há a confirmação de que existe um verdadeiro amor entre os dois e que eles se descobrem apaixonados. Existe todo o cuidado em mostrar essa valsa e todo o preparativo, sem dúvida esse é o ápice da animação.

O importante último arco do filme também é feito com bastante brilhantismo, toda a transformação de Fera para a forma humana e como Bela realmente se importa por ele é outro momento marcante também.

Bela e  a Fera é um filme que ensina a grande lição de aprender a olhar a beleza interior – um lembrete importante para a era de redes sociais e relacionamentos rasos, nos lembrando buscar a beleza exterior e conteúdo do que cada um tem a oferecer, se faz tão presente nos dias atuais.

 

DA ANIMAÇÃO PARA O LIVE ACTION

Chegamos no ano de 2017, em que Bela e a Fera ganha seu live-action assinado por ninguém menos que Bill Condon (responsável por ChicagoDreamgirls e Saga Crepúsculo: Amanhecer Parte 02) e estrelado por Emma Watson, Dan Stevens, Luke Evans, Ewan McGregor, IanMcKellen, Emma Thomposon e tantos outros que ajudaram a mostrar essa história. Como bom live-action que se preze, a receita é simples: beber da animação e atualizar a narrativa para os dias atuais.

Primeiro vamos destacar a questão dos figurinos e elenco: aqui vemos uma diversidade maior de culturas, tanto no castelo quanto na aldeia de Bela. Os figurinos chamam a atenção por serem detalhados e muito cuidadosos em relação a animação. O elenco também se mostra muito mais diverso, apesar da animação ter quase todos personagens de etnia branca, o filme em “carne e osso” traz tamanha diversidade no elenco, que ajuda a passar uma representatividade maior para o telespectador.

O grande diferencial do longa de A Bela e a Fera é o sucesso em explorar alguns momentos a mais em relação a animação. O próprio prólogo famoso consegue aprofundar mais de como todo início se deu, embasando a mitologia daquele universo de forma mais consistente.

Um grande acerto é a escolha de Emma Watson para viver Bela. A nossa personagem principal carrega todos os elementos da animação em sua personalidade e isso faz com que o longa ganhe ainda mais brilho. Luke Evans também brilha como Gaston, tanto em suas características e seu interesse obsessivo por Bela, enquanto Le Fou, interpretado por Josh Gad já se mostra um interesse romântico por seu patrão.

Outro ponto pouco explorado na animação e muito explorado no longa é o desejo de Bela em saber mais de sua mãe. Isso é um grande acerto porque possibilita uma relação ainda mais profunda entre os dois protagonistas, aumentando também o drama da jovem. Outra novidade acertada é o bom uso da Feiticeira como uma personagem que costura a trama e participa da conclusão de forma precisa, inovando e mantendo a essência da história.

 

ALGUMAS ROSAS SÃO AMALDIÇOADAS

Porém, nem tudo são flores. Alguns pontos que deixam a desejar no live aciton são: a música da Fera (em que ela expressa o seu sentimento ao deixar Bela partir para cuidar de seu pai doente), sofre com uma computação gráfica mal resolvida que tira a potência deu ma música bonita e tocante.

Já na famosa música ‘Sentimentos”, parecer haver uma certa pressa em passar por esse momento, com movimentos de câmeras rápidas com drones, muito zoom e até muita imagem do teto e lustres. Isso me deixou um pouco incomodado na forma que foi passado, poderia ter sido de forma mais suave.

Porém, o clímax em seu ato final consegue ser bem marcante e deixar mais emocionante, além de trazer uma virada mais impactante e emocionante de quando Bela descobre seu amor por Fera e ajuda na resolução do feitiço antigo. Um dos grandes momentos que fecha isso com chave de ouro é mostrar que os moradores lá do interior se reencontram com os personagens do castelo em forma humana, ajudando a concluir o filme e amarrar as pontas soltas que a animação deixou.

Assim, A Bela e a Fera de 2017 consegue ser um live-action competente em relação a animação e atualiza com bastante precisão, apesar de alguns poucos defeitos. Um filme que, sem dúvida, entra para a lista dos live-actions de sucesso que apelam a nostalgia e diversão, atualizando suas qualidades para o nosso mundo. Um caso ainda mais especial para ser celebrado nos 30 anos de lançamento dessa bonita história.

Compartilhe

Twitter
Facebook
WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Pocket
relacionados

outras matérias da revista

Back To Top