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Inspirada pelo Mês do Orgulho, a Colab Deborah Almeida lista alguns de seus filmes sáficos favoritos que são perfeitos para maratonar.

Inspirada pelo Mês do Orgulho, a Colab Deborah Almeida lista alguns de seus filmes sáficos favoritos que são perfeitos para maratonar.


QQuando se fala em filmes cujo casal principal é formado por duas mulheres, a maioria das pessoas logo pensa em Azul é a Cor Mais Quente, dirigido por Abdellatif Kechiche. O longa francês de 2013 foi lançado numa época em que as produções do gênero não tinham destaque, mas ganhou espaço na mídia tanto por levar o prêmio Palma de Ouro, do Festival de Cannes, quanto pela polêmica e longa cena de sexo explícito.

Apesar de ter dado espaço para a diversidade na indústria cinematográfica e ter sua importância, Azul é a Cor Mais Quente carrega outras controvérsias: como os relatos de Adèle Exarchopoulos (que interpreta Adèle no filme) e Léa Seydoux (Emma) sobre abusos sofridos nos bastidores e os debates sobre a obra ter um tom de fetiche maior do que de representatividade. Mas isso é papo para outro texto.

De qualquer maneira, o longa de Kechiche deu força tanto para novas produções quanto para as lançadas anteriormente, que tinham pouquíssima atenção do público. Pensando nisso, que tal conhecer mais filmes sáficos?

 

Entendendo o Termo

Antes de tudo, vamos ao termo. É comum que as pessoas categorizem as produções de romance entre duas mulheres como “romances lésbicos“, mas não é bem assim. Para não restringir outras orientações sexuais dentro do relacionamento, como bissexuais ou panssexuais, por exemplo, o gênero é classificado como filme sáfico” – termo que também vale para uma identidade sexual.

A palavra vem de Safo, uma poetisa grega que nasceu na ilha de Lesbos, no século VII a.C. Ela teria sido a primeira a escrever versos sobre relacionamentos com outras mulheres e teve grande participação nos pensamentos e artes da Grécia Antiga. A palavra “lésbica” também tem origem parecida: é uma referência à Lesbos, onde nasceu a pensadora e suas companheiras.

 

Os Filmes

# Imagine Eu e Você

No dia do seu casamento com Heck (Matthew Goode), Rachel (Piper Perabo) conhece Luce (Lena Headey), a florista responsável pela cerimônia, e sente uma forte atração. O seu relacionamento, que até então era estável e pronto para um “final feliz”, passa a ser marcado por dúvidas e questionamentos. Não precisa nem dizer com quem ela ficará, certo?

Bem diferente da maioria das produções LGBTQIA+, Imagine Eu e Você é um filme leve e bem alto astral. Não espere por grandes reviravoltas ou reflexões profundas, pois não é o foco. Aproveite para dar boas risadas e torcer pelo casal.

 

# Índia, Amor e Outras Delícias

Para quem gosta de clichês, Índia, Amor e Outras Delícias deve estar no topo da lista. Nina Shah (Shelley Conn) é uma jovem indiana que retorna à Escócia para o enterro de seu pai. Na ocasião, ela descobre que o restaurante da família será vendido para pagar uma dívida do patriarca. Contudo, antes de falecer, ele inscreve o estabelecimento em um concurso de melhor comida indiana, cujo prêmio salvaria o patrimônio familiar.

No entanto, uma parte do restaurante já foi comprada pela escocesa Lisa (Laura Fraser), que assume com Nina o projeto de salvar o local. E seu amigo Bobbi (Ronny Jhutti) se une à dupla para tentar vencer a competição.

Dirigido por Pratibha Parmar, o filme é descontraído e tranquilo. Perfeito para quem quer assistir algo para distrair. Se você gosta de gastronomia, certamente se encantará pelas cenas na cozinha.

 

# Flores Raras

Vamos falar do cinema nacional? Flores Raras é baseado no livro Flores Raras e Banalíssimas, da escritora Carmen Lúcia de Oliveira, e retrata uma história real de romance entre a poetisa estadunidense Elizabeth Bishop (Miranda Otto) e a arquiteta Lota de Macedo Soares (Glória Pires). Ambientado nas décadas de 50 e 60, o longa traz diversas referências históricas, políticas e culturais.

Bem profundo, com ótimos diálogos e amadurecimento das personagens, o filme é um drama para quem quer se emocionar. Sensível e extremamente delicado, presta uma ótima homenagem às protagonistas.

Flores Raras foi dirigido por Bruno Barreto, conhecido por outros filmes famosos como Última Parada 174 (2008), Beijo no Asfalto (1984) e Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976).

— Está disponível no Globoplay e HBO Max.

 

# Carol

Carol é um dos queridinhos entre os filmes sáficos. Baseado no livro The Price of Salt – que também foi publicado sob o título Carol – de Patricia Highsmith, o longa conta a história de Carol (Cate Blanchett), que está passando por um divórcio com o então marido Harge Aird (Kyle Chandler). Certo dia, ela vai até uma loja de brinquedos comprar uma boneca para sua filha e conhece Therese Belivet (Rooney Mara).

A atração é imediata mas, claro, não é tão simples assim. A narrativa acontece durante os anos 50 e, obviamente, a sociedade era bem mais homofóbica e intolerante que atualmente. Dirigido por Todd Haynes, o filme aborda as dificuldades causadas pelo vínculo do casal e o quão forte pode ser o amor.

— Está disponível no Amazon Prime Video.

 

# Desobediência

Outra referência famosa de filmes que retratam o romance entre duas mulheres é Desobediência, dirigido por Sebastián Lelio. Ronit (Rachel Weisz) é uma fotógrafa que volta à sua cidade natal após a morte do seu pai, um rabino muito estimado na comunidade.

Ela é vista com maus olhos pelas pessoas da região por ter se afastado do judaísmo, mas é recebida pelo amigo de infância Dovid (Alessandro Nivola), que, para sua surpresa, está casado com Esti (Rachel McAdams), sua antiga paixão.

Desobediência é para quem gosta de filmes emocionantes e intensos do início ao fim. Apesar da atmosfera angustiante e pautada pelas questões religiosas, traz momentos delicados e que refletem os caminhos para o amor.

— Está disponível no Amazon Prime Video e na Apple TV+.

 

# Elisa & Marcela

Você sabia que a Igreja Católica realizou um casamento entre duas mulheres em 1901? Aconteceu na Galiza (uma comunidade autônoma na Espanha), quando Elisa e Marcela conseguiram driblar a lei. Elisa usou documentos de um primo falecido e passou a se vestir de homem. E não é que deu certo? Claro que o desenrolar da história foi bem complicado, mas a Igreja nunca anulou o casamento.

O filme biográfico foi dirigido pela espanhola Isabel Coixet e tem Natalia de Molina interpretando Elisa e Greta Fernández como Marcela. É daqueles longas cheios de tensão e com muita torcida para que dê tudo certo, mas o frio na barriga vale a pena.

— Está disponível na Netflix.

 

# Retrato de uma jovem em chamas

Também entra na lista dos longas sáficos mais populares. É ambientado em 1770 na França, quando a artista Marianne (Noémie Merlant) recebe a tarefa de pintar Héloïse (Adèle Haenel) para seu casamento, mas sem que ela saiba, pois não quer se casar.

Marianne passa os dias na companhia de Héloïse, observando seus detalhes para passar para uma tela, mas, como em todo bom romance, a relação acabou se aprofundando mais do que o esperado.

Dirigido por Céline Sciamma, Retrato de Uma Jovem em Chamas é um filme com uma sensualidade ao mesmo tempo forte e discreta. A atração entre as duas é minuciosa, com uma tensão sexual palpável quase palpável mas de uma maneira extremamente delicada. Só assistindo para entender.

— Está disponível no Telecine e Mubi.

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