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Crítica | “Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal”

"Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal" não romantiza a imagem do serial killer, provendo um bom filme de suspense policial.

“Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal” não romantiza a imagem do serial killer, provendo um bom filme de suspense policial.


Theodore Robert Bundy, popularmente conhecido como Ted Bundy, se tornou conhecido e famoso por ser um terrível assassino em série que marcou a história dos Estados Unidos, durante a década de 70. Entre 1974 e 1978, Bundy matou mais de 30 mulheres em diferentes estados do país, mas acredita-se que o número de homicídios tenha sido maior já que alguns casos nunca foram confirmados. Devido a esses crimes, Ted foi condenado à pena de morte, tendo sido executado no dia 24 de janeiro de 1989, na Flórida. Agora, passados 30 anos de sua morte, o diretor Joe Berlinger resolveu retratar alguns acontecimentos da vida de Bundy por meio do filme: Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal.

Inspirado no livro The Phantom Prince: My Life With Ted Bundy, escrito por Elizabeth Kendall, a ex-namorada do criminoso, o longa foca no relacionamento entre Liz (Lily Collins) e Ted (Zac Efron), dando enfase em como os crimes cometidos por ele afetaram a vida dos dois. Logo nos primeiros minutos do filme, o público tem a oportunidade de conhecer a dinâmica estabelecida entre o casal, que se envolveram rapidamente em um relacionamento, como se fosse amor à primeira vista. Nesse primeiro momento, Ted é retratado como o parceiro ideal para Liz, demonstrando interesse em suas necessidades e vontades, não ligando para o fato dela ser mãe solteira (algo mal visto à época) e cuidando muito bem da filha dela.

Poster nacional do filme

Contudo, com a mesma rapidez com que o relacionamento começa, as coisas ficam conturbadas para o casal, quando algumas garotas começam a desaparecer misteriosamente. Georgann Hawkins, Janice Ott e Denise Naslund são alguns nomes da vasta lista. Coincidentemente, os retratos falados feitos pela polícia se parecem com Ted Bundy, sem contar que o suspeito de todos os casos tinha um Volkswagen Fusca 1968, o mesmo modelo de carro de Bundy. Apesar das estranhas coincidências, nada parecia abalar o relacionamento entre os dois, até o dia em que Ted foi preso pela primeira vez.

Neste momento, Ted garantiu para sua namorada que aquilo era um grande engano, que ele estava sendo acusado injustamente e que ele precisava de Liz para enfrentar esse problema. No entanto, todas essas juras de amor eram apenas dissimulações de Ted, que manipulou várias mulheres ao longo de sua vida, incluindo sua namorada Elizabeth “Liz” Kendall, e sua esposa Carole Ann Boone (Kaya Scodelario), com quem teve uma filha: Rose Bundy. A verdade era que Ted não se importava com o sentimento ou com as emoções das outras pessoas, sem se preocupar em as usar e manipular, se importnado apenas consigo mesmo.

Um dos grandes destaques desse filme é a atuação de Zac Efron que, além da entrega para ficar fisicamente parecido com Bundy, também encarna com maestria a personalidade manipuladora, narcisista, arrogante e debochada do serial killer. Lily Collins também se destaca ao interpretar Liz Kendall, namorada do assassino, trazendo peso para o desgaste emocional de estar em uma relação tóxica, como era a de Elizabeth e Ted. Somos apresentados a todo o drama vivido pela mulher, tanto é que demorou muito tempo para que eles se afastassem definitivamente.

Zac Efron e Lilly Collins

De uma forma interessante, em nenhum momento Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal romantiza a imagem do serial killer e sim retrata a história de Bundy e os envolvidos com grande respeito, inclusive pelas vítimas dele — no final do filme, é feita uma singela homenagem para as mulheres que foram brutalmente assassinadas, e isso é capaz de arrancar lágrimas do público.

Além do filme, o diretor também foi o responsável pela série documental Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy, disponível na Netflix e que tem o objetivo de retratar todas as fases da vida de Ted Bundy, abordando desde sua infância até sua execução. Tudo isso é dividido em 4 episódios, que tem cerca de 55 minutos de duração. Através do olhar de Berlinger, tanto a série quanto o filme mostram que Ted Bundy era a verdadeira faceta do mal, causando dor e tristeza para as pessoas que tiveram a infelicidade de cruzar o seu caminho.

Então, para quem gosta de um bom filme de suspense, drama ou policial, Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal pode ser uma ótima opção de entretenimento. Porém, é importante ter em mente quem foi este homem, os crimes brutais que ele cometeu e o marco que ele deixou na história norte-americana. Como Ann Rule, a autora do livro Ted Bundy: Um Estranho ao Meu Lado e ex-amiga do serial killer, fala em sua obra publicada em 1989: “Ted Bundy tinha começado a fazer parte do folclore criminal dos Estados Unidos. Haverá histórias, recordações, relatos e anedotas sobre ele nos muitos anos vindouros. Há verdades que podem ser retiradas de sua vida e crimes, e, com sorte, criminologistas e psiquiatras encontrarão algum conhecimento em tanto horror, algumas informações que nos ajudarão a evitar aberrações criminosas como a dele se desenvolvam”.

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