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Crítica: “Nasce Uma Estrela”

[tempo de leitura: 3 minutos]

Estrelado por Bradley Cooper e Lady Gaga, “Nasce Uma Estrela” discute os desafios e consequências da fama, em uma quarta versão da imortalizada história.


“Talento todos têm. A diferença está em quem tem algo a dizer”. Assim explica Jackson Maine, o personagem de Bradley Cooper, ao definir o que determina uma estrela. Ao lado de Lady Gaga, que dá vida a personagem principal Ally, os dois formam o casal principal do filme Nasce Uma Estrela, um longa impactante, intenso e cheio de reflexões, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (11/10). A produção vem de uma história já consagrada no cinema. A primeira versão estreou em 1937, com Janet Gaynor, como protagonista, a segunda em 1954, com Judy Garland como Ally, a terceira em 1976, com Barbra Streisand no papel principal, e agora, a adaptação de 2018. Este quarto remake da obra marca as estreias de Gaga como protagonista de um longa-metragem e de Bradley Cooper na posição de diretor.

https://www.youtube.com/watch?v=WGsA2aXYBGo

Certamente, os momentos mais empolgantes se fazem presentes nos palcos, durante os duetos e canções, onde tem contato com a fama em sua forma mais aparente e atraente. Principalmente para Ally, uma artista em ascensão que vê na parceria com Maine uma possibilidade de também impulsionar sua carreira como cantora. Aliado a uma trilha sonora bem construída coerente com a proposta do filme, impulsionada pela voz inconfundível de Gaga, as músicas se revelam como a matéria-prima do longa: ricas e excitantes. Com certeza, constituem o ponto forte que vão fazer o público cantar depois de sair da sala de cinema.

O roteiro consegue sustentar um drama emocionante e propõe uma investida desafiadora que traz para os telões a discussão sobre os desafios e perigos da fama, e ainda, as perdas provocadas pelo universo do estrelato, resultantes de decisões que passam pela vida pessoal e ainda, amorosa. Assistimos, ao mesmo tempo, um artista que em decadência que encontra no alcoolismo o escape para lidar com as frustrações e com a sensação de incompletude diante a vida, mas também o crescimento profissional de sua parceira, uma cantora que encontra no sucesso repentino várias alternativas e a realização de um sonho desconhecido até mesmo por si própria.

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Apoiado nos limites de uma história já contada, Bradley impressiona ao apostar em uma profundidade emocional singular, apresentada por meio da relação entre o casal protagonista, que dá o tom e conduz o observador durante todo o filme. Ele acerta ao combinar os efeitos de luz com a sensação dos momentos retratados, sejam eles os shows explosivos ou apresentações intimistas na casa de show de Drag Queens, local onde os dois se conhecem e que carrega uma carga dramática marcante.

Além da estrela que nasce no filme, vemos emergir dois artistas que impressionam e nos deixam esperançosos para o que ainda podem contribuir dentro da indústria cinematográfica, seja na direção ou atuação. Lady Gaga mostra uma Ally forte e determinada, que tem de lidar com a cobrança e o ritmo da vida espetacularizada dos holofotes e paparazzi, enquanto Bradley Cooper assume também os rumos da história nos bastidores. Apesar disso, parecemos ter a sensação que a passagem do tempo poderia ter sido explorada de uma melhor forma, acompanhando os acontecimentos e o desenrolar das ações.

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Mesmo não sendo totalmente original por seguir uma história já contada, o longa consegue surpreender e se firmar como a nova adaptação que traz para a atualidade questionamentos sobre a vida pessoal, profissional e amorosa iluminada pela fama. Uma proposta adequada aos costumes contemporâneos em que a popularidade é cada vez mais desejada e incentivada na vida do indivíduo, ainda mais quando este sai do anonimato e conquista a imprensa, premiações, e finalmente, o reconhecimento dos outros. Dessa forma, a próxima edição do Oscar promete, afinal, Nasce Uma Estrela está pronto para conquistar a todos e se firmar como um dos mais bem-sucedidos remakes dos últimos tempos.

Conectado com a potência das narrativas e a sensibilidade social encontrou no Jornalismo o melhor lugar para se expressar, junto a prática de natação nas horas vagas e as distopias para lidar com a realidade.

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