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"Raw", filme de Julia Ducournau, trata do canibalismo com originalidade e de forma visceral, incomodando até os de estômagos fortes.

Casas mal-assombradas, possessões e entidades malignas são assuntos comuns de filmes de terror. Canibalismo, por outro lado, é algo que não aparece com tanta frequência. Só com isso, Raw (2016) já ganhou destaque e foi alvo de muitos comentários bem antes da sua estreia. Alguns curiosos e outros já dizendo que não queriam assistir. O longa começou a causar enjoos somente com seu trailer e fez pessoas passarem mal e até desmaiarem no Festival de Cinema de Toronto de 2016.

https://www.youtube.com/watch?v=ZgxtWyLfJgo

A protagonista do filme é Justine (Garance Marillier), uma jovem prestes a entrar na faculdade de Medicina Veterinária. Criada em uma família vegetariana e com regras seríssimas sobre esse estilo de vida, ela nunca havia comido carne até o trote da faculdade. Logo no primeiro dia, ela é obrigada a comer vísceras de um coelho e tem sangue derramado sobre si. Apesar de passar por tudo isso, o mais assustador para ela foi ver sua irmã Alexia (Ella Rumpf), veterana do curso, obrigando-a a passar pelo trote já que ela, teoricamente, também era vegetariana.

Depois da experiência traumática, a vida de Justine fica ainda mais conturbada, pois ela começa a sentir desejo por comer carne humana e se vê em situações inimagináveis e bem nojentas para conseguir saciar sua vontade. O clima de angústia do filme fica ainda maior por se tratar de uma jovem extremamente inocente e insegura, que quer muito se integrar com os colegas do curso, mas sofre nas mãos de veteranos cruéis. Ainda que ela seja claramente canibal, não tem como não sentir pena da personagem – e a atriz consegue transmitir todo o sofrimento da personagem com muita facilidade.

De origem franco-belga e dirigido por Julia Ducournau, Raw traz com força alguns traços do cinema francês. Ousado, instigante, cru e deixando vários pontos sem resposta, para que o próprio espectador tire suas conclusões e faça reflexões sobre a história. Sem sombra de dúvidas, não é para quem tem estômago fraco.

Sobretudo, Raw é visceral, intenso, forte e bem nojento. Canibalismo não é algo fácil de assistir, principalmente sendo colocado junto com o nítido sofrimento de Justine por passar por tudo aquilo. Assim, o longa é uma experiência é nauseante, audaciosa, grotesca e, acima de tudo, brilhante. Ainda que eu – particularmente – não tenha sentido tudo com tanta intensidade ao ponto de passar mal de verdade, não tem como negar que é muito impactante e impossível de esquecer.


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Raw está disponível para assistir na Netflix

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