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“Shadowhunters” termina a jornada com três temporadas, em um ano apressado e que, em diversos aspectos, chega ao fim de forma decepcionante.


Nota da Colab: o texto contém spoilers.

 

Adaptar livros de fantasia para produtos televisivos e cinematográficos é um grande desafio. Um exemplo disso é o filme Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos (2013), que procurou retratar o universo dos Caçadores de Sombras criado por Cassandra Clare. Apesar dos esforços, a repercussão da película não foi das melhores e a continuação dessa história acabou não acontecendo. Contudo, a vontade de adaptar a história criada por Cassandra persistiu, e em 2015 a rede de televisão americana Freeform anunciou que a produção de uma série baseada na saga d’Os Instrumentos Mortais. Em janeiro de 2016, Shadowhunters foi ao ar pela primeira vez.

https://www.youtube.com/watch?v=oHEz1oT01tg

A premissa é focada na vida de Clary Fray (Katherine McNamara), uma garota aparentemente comum e normal. Em seu aniversário de 18 anos, ela descobre fazer parte do mundo dos Caçadores de Sombra, humanos que tem sangue angelical e são os responsáveis por manter sob controle as coisas no Mundo das Sombras, habitado por feiticeiros, lobisomens, fadas, vampiros e demônios. Assim, eles lutar contra os demônios e tentar manter a paz entre os outros seres desse Submundo.

 

Mundo das Sombras

A primeira temporada de Shadowhunters foca em Clary descobrindo e se adaptando a esse novo mundo junto ao seu melhor amigo, Simon Lewis (Alberto Rosende), e seus novos amigos, os Caçadores Jace Wayland (Dominic Sherwood), Alexander “Alec” Lightwood (Matthew Daddario) e Isabelle “Izzy” Lightwood (Emeraude Toubia), e o feiticeiro Magnus Bane (Harry Shum Jr.). Ainda, o primeiro ano também retrata os dramas de Valentine Morgenstern (Alan Van Sprang), pai de Clary e líder de um grupo rebelde de Caçadores de Sombras, que se opõem às regras e leis impostas pela Clave – o coletivo político composto pelos Caçadores de Sombras, responsável por aplicar as leis e tomar as decisões para manter a ordem e a paz.

Da esquerda pra direita, os personagens: Luke, Alec, Izzie, Claire, Jace, Simon e Magnus Bane.

Ao mesmo tempo em que Shadowhunters se baseia na saga de livros criada por Cassandra Clare, os produtores tomaram a liberdade para criar novos enredos para os personagens. Uns  exemplos dos acontecimentos criados exclusivamente para a série são a morte da mãe da Clary, Jocelyn Fairchild/Fray (Maxim Roy), o quase casamento de Alec com Lydia Branwell (Stephanie Bennett) e o relacionamento entre Izzy e o vampiro Raphael (David Castro). Ainda, Magnus perdendo e recuperando seus poderes e o relacionamento entre Maryse Lightwood (Nicola Correia-Damude) e Luke (Isaiah Mustafa) são eventos não presentes no cânone. Consequentemente, com materiais inéditos e que, em alguns casos, dão outro caminho à narrativa do material base, muitos do fãs não gostaram das mudanças, reprovando-as. A expectativa, para alguns, era um conteúdo mais fiel aos livros de Clare.

 

Cancelamento

Em junho do ano passado, a Freeform anunciou o cancelamento da série após a terceira temporada. Segundo Kary Burke, a vice-presidente executiva de programação do canal, essa foi uma decisão tomada por razões econômicas. Em uma entrevista realizada no ano passado, ela afirma: “Nós tentamos muitas coisas, mas no final das contas, não conseguimos fazer o orçamento funcionar”.

O cancelamento de Shadowhunters refletiu no rumo que a série tomou ao longo da terceira temporada, com o desenrolar acelerado e acontecimentos corridos. A parte B do último ano começa desenvolvendo a ligação entre Clary e seu irmão Jonathan (Luke Baines), uma vez que foram ligados um ao outro através de uma runa criada por Lilith. Paralelamente à estes acontecimentos, Magnus está tentando lidar com a perda de seus poderes e de sua imortalidade e Simon precisa se livrar da Marca de Caim.

De forma geral, a resolução dos problemas desta temporada final é muito corrida, levando ameaças e inimigos a serem derrotados com grande facilidade e agilidade. A trama é corrida, o desenvolvimento de determinados personagens deixa a desejar e alguns dos efeitos especiais continuam ruins. Embora haja pontos positivos, como o desenvolvimento de Alec e Magnus que, ao longo de idas e vindas, tiveram vários momentos emocionantes, de uma forma geral o último ano da série é decepcionante em diversos aspectos.

Mas mesmo com o final inevitável e o mix de momentos bons e ruins, Shadowhunters vai deixar saudades para os fãs da série.

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